segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Previsão do tempo: chuva de palavras



"As palavras têm a leveza do vento e a força da tempestade" (Victor Hugo). 

Muitos me perguntam se o que escrevo é baseado em experiências pessoais. Claro, respondo. 

Afinal, de onde extraímos as nossas vivências senão do cotidiano? 

Mas, veja bem: sempre se fala do milagre, nunca do santo. Ou dos santos. Sim, porque podemos viver o mesmo tipo de sensação - boa ou ruim - com diversas pessoas diferentes. Próximas demais, ou distantes de menos, não importa. 

O importante, na minha opinião, é colocar para fora. De maneira objetiva, sem atingir especificamente ninguém em específico. 

Pois a intenção aqui não é causar uma tempestade externa, mas especialmente evitar uma interna. 

Palavras entaladas causam câncer. 

Mentiras machucam. 

A verdade liberta. 

Quantas pessoas vivem na negação? Alegam que estão sempre ótimas: com tudo, com todos. 

Como isso pode ser possível? A Suíça em pessoa? A legítima diplomacia bípede? Como ficar eternamente em cima do muro? Como nunca se sentir triste? Como é possível representar a perfeição em carne e osso? Como nunca sofrer? Como nunca ficar ressentida? 

Pior é que sempre nos deparamos com seres leves em aparência. Porém, pesados na consciência. Que buscam se redimir sempre da forma mais inusitada e incompreensível possível. Sem serem muito claros nas suas intenções pois acreditam que possam causar uma tempestade se forem transparentes demais nas suas atitudes.

Mas não dizem que após toda tempestade vem a calmaria? Pronto. Cheguei ao ponto. 

Muitas vezes é melhor causar um furacão de acusações, exposições e reclamações, e consequente conscientização, assimilação e perdão, do que viver numa infinita tempestade íntima disfarçada numa leveza ensaiada. Certamente muito pesada para se sustentar, por muito tempo.

 Às vezes é simplesmente necessário deixar o tempo virar e o vento bater. E deixar tudo se esclarecer. Por dentro. Para fora.

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