segunda-feira, 29 de agosto de 2016

A lagarta de amanhã


"Hoje, a lagarta que se arrasta no chão, será, amanhã, a borboleta que voará no céu". Li essa frase de efeito numa publicação qualquer a qual dissertava sobre superação. 

Quantas vezes nos sentimos como uma lagarta letárgica, que parece não vislumbrar qualquer tipo de esperança na concretização do objetivo almejado, qual seja: de ser reconhecido, se tornar bem sucedido, chegar a algum destino. 

Nos arrastamos sem ânimo, sem fôlego, sem discernimento, sugados pelo vácuo da nossa falta de motivação, sobrevivendo aparentemente no modo automático. 

Respiramos, andamos, comemos, sentamos, dormimos, ao invés de efetivamente inspirarmos, levitarmos, degustarmos, relaxarmos, sonharmos. 

Sempre naquela retórica de que estamos seguindo o nosso curso sem nunca sair de curso. Perdidos no vício do gerundismo. "Estou indo". "Planejando". "Resolvendo". Quando todos esses verbos já deveriam ter sido conjugados no pretérito perfeito. 

Seria perfeito conseguir pular a etapa da lagarta presa na letargia das suas ações e alcançar de imediato a leveza que é voar com as asas do presente indicativo conjugado pela borboleta cintilante que existe em cada um de nós. 

Eu canto. 

Tu amas. 

Ele sonha. 

Nós ajudamos.

Vós sabeis. 

Eles voam. De dentro do casulo, para o mundo. 

Nunca se esquecendo que muitas vezes nos sentiremos no chão, como lagartas rastejando no limbo do gerúndio. 

Mas sempre lembrando que um dia conseguiremos voar alto, nas asas presentes na beleza das borboletas.

 #euarenata

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