segunda-feira, 10 de outubro de 2016

A Fábula dos Tênis Adidas


Era uma vez, um pé direito que calçava um tênis Adidas cinza com listras rosas. Embora discreto, tinha atitude: andava de skate, falava o que lhe dava na telha e gostava de compor o seu "look" com calças espalhafatosas. 

Já o pé esquerdo calçava um Adidas preto com listras brancas e ostentava uma bela estampa colorida. Embora mais chamativo na aparência, sua essência era recatada: preferia caminhadas, falava o essencial e o seu estilo era mais sóbrio. 

_ Você devia falar mais o que pensa... - comentou o cinza, tomando a dianteira da conversa.

_ Por que? - questionou o preto, sempre reticente.

_ Para as pessoas te conhecerem melhor. - afirmou o cinza.

_ E por que eu me preocuparia com o que os outros acham de mim? - desdenhou o preto.

_ Porque vivemos em sociedade. Temos que compartilhar opiniões. Sermos mais humildes. Não podemos nos achar os donos da razão. - enfatizou o cinza.

_Logo você falando em humildade? Deveria ter mais empatia e respeitar o jeito de cada um! - revidou o preto. 

_Ha-ha-ha. Para quem não dá a mínima para o que os outros pensam, vem falar de "respeito ao próximo"... - ironizou o cinza.


_ Engraçadinho, hein? Adora emitir opiniões infundadas sobre tudo. - contestou o preto. 


_ Pelo menos eu coloco pra fora. Aliás, você é um hipócrita! Todo mundo fala de tudo e de todos! - criticou o cinza.


_ Eu não. Sou da paz. - discordou o preto.


_Não mesmo? Você acabou de dizer que eu eu falo demais e tenho que ter mais empatia. Se isso não é falar sobre alguma coisa, e dos outros, não sei o que é. - ironizou.


_Você me provocou - respondeu o preto, encarando o cinza.


_Pra quem se diz "zen"... Então você admite que o meu comentário o atingiu? - frisou o cinza. 


_Nunca! Não tô nem aí. - teimou o preto.


_Tá, sei... - respondeu com sarcasmo o cinza. _Vamos embora, então. Pra direita, já! - determinou o cinza.


_Nada disso! Pra esquerda! - demandou o preto.


Então os tênis Adidas realizaram que não conseguiriam ir a lugar algum desse jeito. E em tom uníssono exclamaram: "_Vamos para frente?"


Moral da história: 


Embora diferentes;


Todos somos Adidas. 


E para seguir adiante? 


Todos precisam caminhar juntos.
 #euarenata

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Instinto Selvagem


Da série "destinos selvagens" esse dia foi, sem dúvida alguma, para o hall das memórias inesquecíveis: mergulhar com tubarões. 

Num lugar tão incrível quanto o próprio passeio: a paradisíaca Bora Bora. A água é tão translúcida que é possível enxergar o fundo mais profundo de todo seu oceano. 

Do alto do barco que nos levou a tal local inenarrável em termos de beleza natural, avistamos, nadando rente à areia branca como neve, o maior de todos esses magníficos seres marinhos: um exemplar da espécie tubarão lixa com meros três metros de extensão de um extremo ao outro. 

Confesso: de dar medo. 

Admito: passei longe dele. 

Embora ousada por natureza, ainda mais se envolver proximidade com bichos em geral, os quais tenho enorme apreço, prefiro em algumas ocasiões seguir o princípio do "mais vale um covarde vivo do que um herói morto". 

Porque aí estamos lidando com instinto. Animal. Dos mais primitivos de todos. 

Até onde sei, o tubarão é um dos únicos dinossauros remanescentes do planeta Terra. É a essência primitiva personificada nesse imponente ser aquático. 

Temos que respeitar esse tipo de manifestação natural. Que é absolutamente irracional, então bastava o turbarão em questão ter acordado com o pé esquerdo, ou melhor, com a nadadeira esquerda, e... Nhac! Acabo deixando por puro capricho um pedacinho meu no Tahiti. 

Mórbido, não? Mas alguém duvida que isso possa acontecer? Vai que... Nem o Seguro Bradesco salva nessas horas! 

Então recolhi-me à nossa frágil condição humana, reconhecendo que o tubarão é mais forte, até mais esperto do que eu, ao menos no quesito "caçar". 

Preferindo nadar, assim, como dizem por aí, "na água do xixi", ainda assim com tubarões, mas com no máximo um metro cada um.

Já valeu a experiência, tirei várias fotos que de tão magníficas - modéstia à parte - remetem a pinturas vivas. 

E me fez enxergar o que todos já sabem: na vida, sempre estaremos nadando entre tubarões. 

A diferença, é que os que moram no mar, nós sabemos do que são capazes.

Ensaio sobre a Demência


"Abstrair e fingir demência, que é melhor." 

Li hoje essa frase no perfil de uma amiga e concordei. Ao menos, em teoria. 

Pois fingir, para mim, é algo extremamente desafiador. A energia ao meu entorno simplesmente me denunciaria. 

Ainda assim, apreciaria muito saber ignorar. 

Pregar indiferença. 

Verdadeiramente acreditar que o silêncio vale por mil palavras. 

Pode até valer, se ponderarmos bem, por mil questionamentos: de quem é vítima de tal silêncio. 

Como saber o que o outro sente, se permanece silente? 

Como adivinhar o que o outro pensa, se finge demência? 

Ou seria carência? De afetividade, atenção, quiçá, até, opinião própria? Por falta de coragem de se expor? Ou de personalidade? 

Como entender pessoas que são tudo menos si mesmas, executando o papel de personagens diversos apenas para sentir o gosto do que é viver a vida de outros?

 Pois certamente vivem um pesadelo. 

Encoberto pela utopia de propagar algo que seria perfeito se não fosse pelas imperfeições de sua alma. 

Então preferem assim, viver a vida de terceiros. 

Admirar encobertamente. 

Imitar atitudes. 

Monitorar passos. 

Ostentar títulos que inexistem. 

Fugir da realidade. 

Pois a verdade dói. 

Porque a sua verdade é de mentira. 

A ferida que tanto declara ter sido plenamente curada, sempre permaneceu aberta.

Diferente do seu interior, que é fechado para o mundo. Até para si mesmo. 

Não confio no silêncio como a melhor resposta, pois parto do princípio que a expressão da emoção é a maior demonstração da razão na sua essência. 

O caminho mais curto para a transparência. 

Deficiente não é o demente em si, mas aquele que não é transparente, dentro e fora de si mesmo. 

O tal que prefere continuar sendo a sombra da vida de outros, quando poderia refletir a luz da sua própria vida. 

Mas opta por abstrair. 

Abstrair, fingindo demência, que é melhor. 

Só não sei para quem.

Do Contra



Sou assumidamente do contra. Vocês nunca me ouvirão falando jargões populares como "#lacrou" (expressão que para mim se presta a dizer tão somente que algo se encontra vedado em algum lugar) ou "#bapho" (sério agora: retrocedemos na gramática e passamos a usar "ph" em palavras que contenham a letra "f"? A exemplo de "pharmacia", como era escrito antes da minha avó nascer?!), só porque muitos não se importam em falar errado. 

Nunca me verão usando calça estilo saruel ou boca de sino pois assim a #moda ditou.

Nunca lerei #cinquentatonsdecinza porque mulheres absolutamente entediadas com sua vida sexual, estão lendo.

Até admito que li toda a #sagacrepusculo como muitos, mas só porque sempre amei histórias de#vampirosPorém, sendo do contra, sou uma brasileira que leu a versão inteira da obra, em #ingles. 

Nunca vou deixar de comer #gluten porque uma meia dúzia de #fitpeople aderiu sem qualquer tipo de prescrição médica, a tal costume. 

Nunca usarei um tênis tipo plataforma prateado ou batom laranja, porque dizem ser "#cool". 

Vou sim, escurecer as minhas madeixas quando todos tiverem clareando; irei enrola-las, quando todas estiverem alisando. 

Profissionalmente vou dizer sempre o que penso, mesmo sabendo que não é de praxe no #mercado.

Vou me tatuar com trinta anos de idade, porque a maioria se tatua mais cedo.

Vou andar somente com quem gosto, porque não ligo a mínima para gente #popular mas sim para quem tem #conteudo

Vou casar com alguém mais #novo, porque todas as minhas amigas estão ficando com caras mais #velhos

Vou vibrar com #rock enquanto todos dançam #sertanejo.

Vou beber #vinho enquanto muitos brindam com #cerveja.

Nunca irei determinar o meu destino em função da opinião de ninguém, muito menos de #religiao #astrologia ou #tarot

Ninguém manda na minha #vida a não ser a minha própria #consciência

Nunca irei puxar o saco de alguém porque se diz importante, nunca irei me drogar porque está todo mundo tomando #bala, nunca irei subornar porque o #mundo está totalmente #corrompido

Pensando bem, não sou do contra. 

Sou apenas uma #garota como qualquer outra.

#ArtinRio2016


Hoje foi dia de fazer programa cultural com a família, já digo logo: vale a visita ao #ArtinRio16

Instalado nos Armazéns 1 e 2 da parte revitalizada da Praça Mauá, lá bem próximo do Boulevard Olímpico, onde nossos olhos são impactados de imediato pela beleza imponente dos painéis grafitados tão impecavelmente pelo brilhante#Kobra

Adentrando no evento o qual possui como painel de fundo nada menos do que o infinito azul do mar, no seu canto direito exibe a arquitetura deslumbrante do Museu do Amanhã. 

Enquanto a parte externa do local tira o nosso fôlego, o seu interior ostenta diversas atrações gastronômicas espalhadas por um restaurante aprazível e inúmeros food trucks, cujos cardápios variam desde sanduíches, sorvetes, crepes, até pratos mais sofisticados como arroz de polvo, que mexem, sem dúvida, com nossos sentidos. 

Dentre os espaços destinados à exibição de todo tipo de arte, somos convidados a explorar a perspectiva dos mais variados artistas nacionais e internacionais. Sensacionais, aliás. 

O que me fascina na arte é que embora se desdobre em tendências, texturas, técnicas praticadas, no fundo, não há como se rotular a arte. 

Todas as cores se misturam sem preconceito, todas as religiões se mesclam numa única fé, toda criatividade brota à flor da pele, toda emoção exala das telas, fotografias, esculturas, ali estrategicamente projetadas, penduradas, emolduradas com o propósito precípuo de causar alguma impressão. 

Em muitos, em poucos, não importa. Artista que é artista mesmo só se preocupa em colocar todo o sentimento para fora. 

Mostrar o fruto do seu trabalho para o mundo pode ser uma mera vertente da extensão da vaidade que ainda o acomete, mas não é a máxima da condição artista de ser. 

E isso porque só estou me referindo à terceira e quarta artes.

Impossível não se comover com toda a alma revelada na obra de cada um. Cada qual com sua interpretação única face ao que se está sendo encarado, apreciado, seja ela infantil, juvenil, senil, uma coisa é certa: a arte está em toda a parte. Não para ser vista. Mas sim, sentida.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Cultura do Elogio


A força arrebatadora do elogio. 
Será possível dimensionar como um elogio pode afetar o dia de alguém? Ou até o resto de toda a sua vida? 
Pessoas andam deprimidas. 
Muitas, até, beirando o precipício do caminho sem fim do suicídio. Mas toda essa tristeza e frustração interior não aparece nas redes sociais. 
Porque ninguém curte indivíduos apagados. 
Ninguém segue quem aparentemente não é alguém.
Pessoas não admitem que têm problemas, e mesmo que o façam, não há quem queria escutá-los.
Talvez uma meia dúzia de pessoas possa estar disposta a ouvir as lamentações dos outros, mas os outros preferem se manter calados.
Se tornam pessoas amargas, infelizes.
E tudo que elas precisam? De um mero elogio.
"Bom trabalho!
Que linda foto!
Fico feliz de te ver!
De estar com você!
E brincar com você!
Te admiro muito!
Você é uma pessoa maravilhosa!
Parabéns por se esforçar!
Amo o que você faz!
O que você fez!
Amo você!"
Por que é tão difícil para as pessoas reconhecer no outro algo que se identificam?
E elogiar? Gratuitamente?
Excessivamente!
Tá faltando elogio em demasia no mundo. Pois existe muita crítica.
Ou pior, silêncio. Que pode representar total indiferença ou amor encoberto.
No primeiro caso prefiro permanecer indiferente e não comentar. Discorrer sobre absoluta e total falta de sentimento? Viu? Não há o que se falar a respeito.
Mas tratemos sobre o tal "amor encoberto". É aquele em que a pessoa legitimamente sente profunda admiração e empatia pelo outro. Mas pondera: "_Pra quê elogiar? Ela(e) sabe tudo o que eu penso/sinto a seu respeito!"
Tá. Pode até saber. Mas custa alguma coisa amaciar o ego do outro? Dói tanto assim, elogiar? Ou teria essa pessoa que pratica o amor encoberto não sido suficientemente elogiada, afagada, amada, para ser tão custoso para ela... Elogiar?
Se sim é a resposta para tal comportamento, seja o percursor a quebrar o ciclo vicioso do amor encoberto.
Elogio contagia!
Faz pessoas se sentirem valorizadas.
Pois não há amor mais vivaz do que o elogio.
Pratique a cultura do elogio!
Sem esperar nada em troca, apenas um sorriso. Que te faz querer sorrir em retorno.
Passando a propagar, simples assim: o vicioso ciclo do amor descoberto.
#euarenata

Sonho Vivo


Viver um sonho...
Vários sonhos. 
Sonhos são voláteis. 
Mudam de acordo com a vontade da maturidade. 
Sonhos que se tornam ou não realidade. 
Depende claro, da sua veracidade.
Do abandono da vaidade.
Sonhar... De preferência acordado.
O sonho de nunca mais viver um pesadelo.
O sonho de adotar um cachorro.
O sonho de praticar um esporte.
O sonho de viajar para Disney, o de fazer um safári no Kenya, ou o de simplesmente relaxar no Tahiti.
O sonho do primeiro carro, da casa própria.
O sonho de casar, e até de divorciar.
O importante é ser feliz e...
Sonhar...
Com um novo amor ou com mais amor para o mesmo amor.
O sonho de ser mãe.
O sonho da cura.
O sonho de poder alimentar sonhos: seus e de terceiros.
O sonho de trabalhar com o que se deseja, o sonho de ganhar na mega sena, o sonho de uma noite de verão.
Li que não escolhemos nossos sonhos. Eles nos escolhem.
Não somos responsáveis por defini-los, mas depende de nós concretiza-los.
Realiza-los no nosso próprio fuso horário.
Pois nunca estaremos atrasados ou adiantados em relação a ninguém.
Só estamos acompanhando o ritmo do nosso próprio fuso horário.
E ele tem o seu próprio tempo para fazer o sonho acontecer.
Porém, cuidado!
Não deixe a dúvida que existe em você roubar os seus sonhos.
Não deixe o medo assassina-los.
Não permita que as críticas cortem as asas do seu sonho.
Sim, pois para torná-lo realidade, é preciso voar!
E se sonhar não custa nada, por que voar baixo?
Voe alto!
Viver um sonho... É sonhar sem limites de latitudes, altitudes. É atitude.
Um brinde aos que sonham!
Acordados.
Com atitude.
Sem limites.
#euarenata