Não existe maior ostentação do que a própria felicidade.
Pois se um elefante incomoda muita gente, a felicidade incomoda muito mais.
Explico: numa conversa recente, ouvi dizer que sentir inveja não é simplesmente querer o que o outro possui, ou ser como o outro é.
Vai além.
É um indivíduo que não sabe nadar, então precisa se agarrar no outro que sabe nadar até afunda-lo, numa tentativa frustrada de salvar a si mesmo.
Frustrada, pois se o que não sabe nadar afunda o que sabe, os dois acabam se afogando juntos.
Moral da história: nunca haverá mal que faça bem algum a alguém.
Só que a pessoa que sente inveja não se satisfaz em simplesmente conquistar tudo o que o alvo invejado tem.
Necessita de mais: que este se afunde, em todos os aspectos.
Só assim o ser invejoso acredita que passará a sentir algo próximo do que seja a felicidade.
Para ele, lógico.
Pois a autêntica felicidade não provém de comparação.
Comparar significa se posicionar entre dois lados: o interno e o externo.
E não há como auferir felicidade tomando por base parâmetros alheios aos seus.
Não é elaborando intermináveis listas de metas a serem cumpridas e posteriormente riscando-as do papel, que o fará feliz.
Não é se formando, se casando, tendo filhos ou comprando um carro novo, que o fará feliz.
Nem esperando aquele problema se auto-resolver, um relacionamento se romper, ou aquela promoção finalmente se obter, que tudo tornará a vida mais bela.
A felicidade é imediata.
Ela é só sua.
Somente do outro.
De mais ninguém.
A felicidade é se encontrar internamente, ainda que externamente tudo esteja perdido.
Felicidade é rir sem precisar de motivo.
Felicidade é sentir a gratidão de simplesmente estar vivo.
Quem sente inveja não sente nada além de cobiça, tristeza, vazio.
E como se vingar dos invejosos?
Simplesmente sendo feliz.
Algo que definitivamente eles não podem ser. Ou ter.
Pois nunca foram ensinados ou nunca quiseram aprender a nadar na sua própria felicidade, lembra?
Não à toa a inveja mata.
Viver sem conseguir ser feliz?
É se afogar aos poucos na infelicidade de sua rasa existência.
#euarenata
quarta-feira, 16 de agosto de 2017
Ostentar o que não se pode comprar
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