sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Vampiros reais

O mesmo par de olhos... Dois olhares divergentes.
Olhar que emana luz,
Olhar que se esconde por trás das sombras.
Olhares inseparáveis,
Tão próximos nas suas diferenças,
Tão distantes em focos,
Eterna simbiose longe de ser desmembrada;
Dependem um do outro para realizar a presente existência de ambos.
E assim são pessoas. 
Ainda que próximas,
Por mais similares que sejam na sua constituição fisiológica,
Sempre existirá a antagônica rixa entre o bem e o mal dentro de cada um.
Claro, tem-se a opção de escolha: do agir  de acordo com a essência adotada.
No entanto, não adianta:
Sempre existirão seres solares por natureza,
E os dotados, tão somente, de uma mera luz artificial. 
O segundo caso sempre tentando imitar a energia natural do primeiro.
Uma cópia ilegítima;
Nunca uma lâmpada de luz fria conseguirá disseminar o calor ou ostentar a incandescência de um corpo abençoadamente estelar.
Não lhe resta nada além de alimentar uma persistente, 
Quase doentia obsessão por disputar holofotes dos originalmente iluminados, 
Espécie de preenchimento paliativo, 
Visando evitar coabitar com o dolorido vazio das suas próprias trevas.
Vampiros psíquicos,
Obsessores no íntimo,
Alegando autenticidade,
Aduzindo se tratarem de fortalezas inabaláveis,
Afirmando serem espiritualizados, 
Quando suas atitudes reiteradamente dissimuladas denunciam exatamente o oposto do que tanto costumam falar, falar e... falar.
Repetitivos, enfadonhos,
Seres segregadores, que não admitem opinião contrária à deles.
Ou se calam revoltados internamente, inferindo que nenhum argumento terá peso suficiente para rebater o seu incontestável silêncio,
Ou insistem nas suas razões perseguindo e refutando compulsivamente as dos outros.
Necessitam se auto afirmar em detrimento  do ato de respeitar, pois têm pavor de encarar a sua própria falsa, fraca, ainda que inconsciente, negativa existência.
Indivíduos que precisam encenar a vida dos outros para conseguirem se sentir vivos no próprio palco da sua apagada vida.
Afinal, a luz definitivamente não se propaga no vácuo.
#euarenata
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário