sexta-feira, 10 de junho de 2016

Dia, Mês, Ano dos Namorados


Declaro sim publicamente o meu amor por você. Porque nunca deixei de afirmar intimamente o quanto te amo.

Exibo sim, o nosso amor. Que nunca tive a audácia de fantasiar que é perfeito, mas, sem dúvida alguma, é único.

Somos desajeitados que se ajustam da melhor forma às mudanças de comportamento e temperamento, desmoldados com o passar do tempo.

O erro mais fatal para um casal é do homem achar que a mulher nunca irá mudar e da mulher acreditar que o homem irá.

Ainda bem que sempre descartamos a possibilidade de cultivar esse tipo de bordão, já que nós mesmos somos consortes totalmente fora do padrão.

Berramos um com outro, mas nunca nos desrespeitamos.

Roupa suja se lava em casa no autêntico estilo OMO Multiação, jogando limpo, sendo transparente, lavando literalmente a alma depois de esfregar na cara do outro toda a sujeira impregnada, numa só tacada, direto e reto de acordo com o legítimo modus operandi do ariano: não temos nada a temer, nenhuma imperfeição a esconder, pois ela está à mostra para quem quiser aprender que em todo amor há dor, que se cura nada mais nada menos com o próprio amor.

Não somos fachada, somos o que somos aqui e ali. Originais, nunca cópia de ninguém.

E se a inveja - dos outros - mata, que seja para morrer infinitamente nos seus braços... De amor #eurenata #mesdosnamorados

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Animais racionais


Me deparei contigo no meio de uma estrada rústica australiana. Você, majestoso como o seu próprio nome prega, "King Parrot" ("Papagaio Rei"), me encarando com olhos afetuosos lá do alto de um esplendoroso eucalipto.

Acenei de volta, esticando cuidadosamente um dos braços com uma mão integralmente ocupada por sementes de girassol. Ah, a minha flor predileta. A flor da luz, a flor do calor. A flor do sol. Nada mais revigorante do que mergulhar fundo, correndo livremente, adentro de um campo amarelo de girassóis.

Então fixaste os seus olhinhos famintos na simples, porém, amistosa oferenda, e deslizaste de galho em galho, esquivando de cada uma das folhas do seu frondoso habitat, visando sem qualquer tipo de receio, ir ao meu tão esperado encontro. Um encontro entre estranhos; nunca nos vimos antes.

Mas humildimente confesso ter a impressão de termos nos conhecido de outras épocas. Diretamente do paraíso do Jardim do Éden.

Assim cuidadosamente subiste na minha mão e agiste como se tivesse em casa, apreciando cada um dos grãos selecionados para ti, majestade dos alados.

Não existe amor mais limpo do que a confiança conquistada entre uma criatura pura e um indivíduo desprovido de maldade.

Somos todos iguais, humanos e animais. #euarenata

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Maternidade de Verdade


Nem sempre a maternidade a deixará ha-ha-ha rindo à toa. 

Não por culpa da sua prole. Definitivamente não. Mas acredite, por culpa exclusiva sua, mãe.

Ninguém nos ensinou que atrelado a um papel materno, teríamos que adquirir o hábito de trabalhar vinte quatro horas ao dia, sete dias na semana, sem direito a folga, o dom mais desafiador de todos: a paciência. 

Algo que eu, particularmente, praticamente nasci sem. Talvez seja por isso, segundo a filosofia espírita, que eu esteja vivendo nesta vida. Para me aprimorar especialmente nesse sentido. E nada melhor do que ser mãe e ter todos os seus limites frequentemente testados. 

A culpa não é do meu filho de pedir as coisas de forma tão insistente até eu surtar. Por que eu deveria? Ele está demonstrando o seu lado persistente. O meu filho não é culpado se bagunça todos os brinquedos, brincando. Trata-se de uma virtude, ser explorador. Por que me irritar? E quando ele me pergunta três mil vezes sobre o mesmo assunto? É curioso. Por que berrar? 

Aliás, outro dia fui fortemente repreendida por ter urrado com ele por ter tirado a minha mínima paciência, por algo tão mínimo. E quem me chamou à razão foi ninguém menos do que o meu próprio filho, que ao me encarar com olhos marejados, balbuciou em tom de voz trêmulo: "_Não grita comigo mamãe." Ele não berrou, simplesmente encarecidamente pediu que eu parasse de fazer escândalo. 

Sim, me senti a pior espécie de ser vivo do universo. A mais descompensada de todas. Uma larva fétida talvez teria tido um comportamento mais amável. 

Como poderia conceber que uma criança tão pequena saberia reagir de uma forma escancaradamente mais nobre que uma mulher calejada como eu? 

A ficha caiu. Então a partir desse episódio jurei a ele, dando um abraço bem apertado em volta do seu corpinho frágil, que nunca mais iria gritar com ele. 

Educar uma criança não requer comoção, apenas atenção. E educação por parte dos pais somada a um mínimo de sensibilidade, então, o que mais o seu filho poderia desejar? Aprender contigo o mesmo exemplo de vida ensinado para mim, através da pureza de um menino de dois anos de idade: que nunca é demais agir cordialmente, em qualquer tipo de ambiente #euarenata

quinta-feira, 2 de junho de 2016

"F"-se...


Com essa pose de "blasé" eu lhes recepciono com um esplêndido e caloroso "foda-se". 

Me perdoem pela grosseria aparente da palavra, mas, por muitas vezes é mais do que imprescindível ligar esse botão imaginário. O "foda-se". 

Aprendi ontem com uma grande e sábia amiga minha. Existem até placas decorativas sendo confeccionadas com esse dizer libertador: "foda-se"!

Isso mesmo, tá com os cabelos da nuca arrepiados de vergonha alheia? Foda-se! 

Está revoltadinho com a sociedade consumista e hipócrita na qual - infelizmente - vivemos? Foda-se!

Está se sentindo injustiçado? Foda-se! 

É ciumento? Foda-se! 

Se sentindo feio? Nem fudendo! Foda-se! 

Está sem dinheiro? Foda-se! 

Sente-se frustrado? Foda-se! 

Sente-se infeliz? Ligue com uma força avassaladora quase demoníaca o botão do "foda-se"! 

Foda-se tudo! E seja feliz! #euarenata

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Coleção Outono-Inverno


O outono decisivamente resolveu dar o ar da sua graça nos embalando com o seu tenro frescor enfeitado por aquele tipo translúcido de chuva, bem fininha, que impreterivelmente remete à nostálgica "Sessão da Tarde", assistida debaixo de um robusto cobertor de lã acompanhado de um enorme pote de pipoca bem quentinha. Como diz o jargão do momento, "quem nunca?". 

É hora de colocar para fora botas, jaquetas, calças. Sem sombra de dúvida as pessoas se tornam mais alinhadas no friozinho. Não por menos, são tantos apetrechos: cardigans, cachecóis, chapéus estilosos. 

E no quesito gastronômico, o clima glacial traz os nossos sentidos à tona com o doce odor do chocolate quente, o sabor seco de um bom vinho tinto, e a delícia do fondue preparado à luz de velas, a dois. 

O frio aproxima, nem que seja com o propósito de reunir dois corpos para afugentar o frio. De preferência, debaixo das cobertas com os pés entrelaçados. Existe algo mais romântico que isso? 

Só se nevasse por aqui e ambos pudessem assistir esse espetáculo da natureza, agarradinhos, por trás da sacada de um chalé rústico digno dos Alpes Suíços. 

Nunca se sabe quais serão os efeitos provocados pelos "El Ninhos" da vida, a longo prazo, mas enquanto tal condição climática é utópica nos trópicos, somente nos resta criar uma memória irreal nesse sentido ao som da voz aveludada de Michael Bublé, ecoando as cifras lúdicas do  "Let it snow... Let it snow... Let it snow..." #eurenata

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Família, família...



Sobre o Dia da Família. São tantas datas comemorativas, algumas que somente passo a tomar conhecimento através do "feed de notícias" das respectivas redes sociais. Confesso que o dia supracitado constitui um deles. Só soube agora da sua tímida existência. 

E como não discorrer sobre um assunto tão polêmico? Sim, controvertido. Há família, e há famílias. Se você nasceu numa onde, na fase adulta, é considerado minimamente autêntico e são, parabéns: tirou a sorte grande. 

Não menos escolhi a foto da família de corujas para incorporar este post: seres exóticos considerados o símbolo da sabedoria. Mas os olhos, ó, bem grandões, mirando de dia e com uma poderosa visão noturna, tudo que acontece ao seu redor. O tamanho do zelo é na mesma proporção do julgamento. Que pode acobertar uma crítica construtiva (a qual sou super a favor) ou absolutamente comparativa, destrutiva. E é aí que reside o perigo, dentro da nossa frondosa árvore genealógica: a tradição. De ter que ser igual a ciclano. Fazer igual a beltrano. 

Não há paradigma que sufoque mais a alma do que ser condicionado a seguir, ser, agir como alguém, em função do gene. Assim como dizem que existem mulheres que levantam ou afundam um homem, famílias não são tão diferentes, exceto que no caso do homem, ele tem a opção de terminar o namoro ou pedir o divórcio. 

Já a família, você nasce nela e morre com ela. Pode ser o seu porto seguro, ou aflorar o seu lado mais obscuro, mas é família. Então ame-a mesmo assim, sendo Doriana, assumidamente complicada, descolada, pequena, não importa. Pois ela é a única que genuinamente se importa. Não se muda de família. Só você que muda. #euarenata

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Like the Girl next Door


"Like the girl next door"... Traduzindo: como a garota da porta ao lado. Alguém já ouviu falar sobre tal expressão? A qual remete a um arquétipo de mulher nem feia, nem bonita, nem rica, nem pobre, nem famosa, nem desconhecida, simplesmente define, de uma maneira um pouco mais elaborada, "a garota comum"? 

Aquela que entende que perfeição não existe; mas, sim, a imprescindível aceitação quanto à sua "não-perfeição". O quanto antes ela realizar, assimilar e buscar esse feito, melhor. 

Não foi à toa que postei uma foto profissional para retratar esse texto. Porque constatei que fotos "sem filtro" não causam efeito nas pessoas. Infelizmente. Somos movidos pelos impulsos gerados pelo nosso sistema nervoso que se alimenta antes de tudo pela captura da imagem à sua frente, no momento em que processa qualquer pensamento trivial que seja, naquela exata ocasião. Buscando incessantemente, a perfeição aparente. 

Partindo do princípio que consegui a sua atenção com uma imagem apresentável, quero descrever, então, um pouco sobre o que realmente é ser uma garota comum. Alguém que erra. Sempre. Que odeia. Que critica. Que sente raiva. Inveja. Que se deprime. Alguém com uma penca de defeitos a serem constantemente contidos. O mundo virtual tenta nos afastar desse tipo de realidade mundana através de propagandas enganosas. Ninguém é 100% fit, 100% belo, 100% honesto, 100% feliz. 

Somos seres. Humanos. Aqueles que dizem ser mais racionais que muitos animais por aí. Somos mesmo? Vejo tanta selvageria, falsidade, intolerância entre nós, que não posso crer tanto nessa incontestável inteligência. 

Não quero pregar sermões, estar acima de qualquer suspeita, ter medo de causar ou de idolatrar alguém. 

Quero ser a garota comum, que muitas vezes não sorri, por diversas vezes acorda de mau humor, que nem sempre quer agradar os outros, nem ser o exemplo de ninguém. Bagunçada de cabeça, dos pés à cabeça, essa sou, não faço tipo, nem gênero, sou você ontem, hoje e, quem sabe, amanhã. 

Sou o espelho de qualquer um porque sou ninguém como todos que estão por aí batalhando a tão difícil aceitação que é ter que conviver consigo mesmo. Desprovido de qualquer tipo de perfeição. Quem não é assim? Levante a mão. #euarenata