sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Ligeiramente "hater"

Coisas que odeio:
- Lembrar que tenho que escovar os dentes quando já estou deitada, quase dormindo;
- Trânsito;
- Não poder mexer as mãos assim que faço as unhas;
- Revezar aparelho na academia. Ok. Super egoísta da minha parte. Mas detesto!
- Se alguém puxar papo comigo assim que levanto. Posso até ter acordado bem, mas fico num mau humor tremendo se a pessoa resolver insistir na conversa;
- Gente pegajosa. Ui!
- Gente que se faz de vítima. Detesto!
- Gente que fala "a nível de". Arrepio!
- Porco que joga lixo nas ruas. E não estou me referindo ao bicho;
- Malandros que furam filas, ou andam de carro no acostamento. Me tiram do sério;
- Lei Seca. Não por apoiar bêbados ao volante, mas por entender que todos os serviços públicos deveriam ser tão eficientes quanto;
- Assistir noticiários. Só tem violência, corrupção e morte;
- Gente que maltrata crianças e animais. Não tem nada que me faça perder mais a cabeça do que isso;
- Mentira, desonestidade, gente sonsa;
- Quando troco de bolsa e percebo que o meu cartão de débito/crédito ficou na anterior, bem longe das minhas compras;
- Gente que não é deficiente nem idoso estacionar em vagas do tipo;
- Aqueles garotos que fazem malabarismo nos sinais. Me sinto trafegando por vias com pedágios opcionais infinitos;
- Pagar IPVA, OAB, IRPF, tributos e taxas em geral, aqui, neste País em que quase nada é revertido para os cofres públicos;
- Passar por viaturas que andam com janelas escancaradas e artefatos bélicos em riste;
- Impunidade. Daí odiar tanto o Brasil;
- Encostar em gente suada. Se for fedida, então... Eca!
- Dar descarga numa privada entupida. Surto!
- Bullying. Sou capaz de agredir quem pratica bullying;
- Preconceito ou covardia de qualquer espécie. Abomino!
- Gente que se mete em tudo que você fala ou faz, principalmente, se a sua opinião não foi solicitada;
- Desordem. Sou muito organizada em tudo;
- Falar com alguém que nitidamente não está prestando atenção;
- Chegar atrasada;
- Política. Existe assunto mais chato?
- Gente que conta todos os detalhes de tudo que aconteceu num fato que poderia ser sintetizado em 3 minutos e a pessoa leva três horas para terminar. Chego a infartar!
- Odeio odiar.
#euarenata


Out-análise


Costumo fazer muita "out-análise". Não, a digitação não saiu incorreta. Quer dizer, sim, faço diariamente auto-análise. Creio ser fundamental se conhecer, estabelecer limites, metas, se entender melhor, para poder se tornar um indivíduo mais evoluído.
Mas também tenho o forte hábito de analisar todo meu exterior.
Chamo de "out-análise". Análise de fora, do "pra fora."
Procuro desvendar os sentimentos mais truncados que alguém tente passar, sem que perceba o quão artificial está agindo.
Para manter as aparências, tem gente que sustenta qualquer bandeira. Mesmo que furada.
Acaba sendo uma furada.
Sujeitos que ditam algo inversamente proporcional ao que a sua linguagem corporal está proclamando.
Alguns até conseguem passar ilesos dessa explícita desconexão entre mente e corpo. Seres articulados demais, até, dissimulados, quiçá.
Mas quem se enquadra na média, se denuncia, já que existe uma janela que nunca se fecha: a da alma.
E por mais que o indivíduo insista ser o maioral, seu olhar vazio o desmente.
Por mais que declare ser referência em matéria de confiança, sua energia diz exatamente o contrário.
Por mais que grite ser uma inabalável fortaleza, seu espírito chora, suplicando uma trégua na eterna encenação de gladiador.
É aquele que certamente chora pelos cantos para ninguém testemunhar, pois entende que é algo para se envergonhar.
Só que não. A alma precisa chorar, para se lavar e se renovar.
Pratico a out-análise não com o intuito de desmascarar publicamente sentimentos escancaradamente encobertos.
Aprendi que mais vale um aparentemente errado feliz, do que um forçado sabe tudo, só.
Finjo não perceber a ilusão que a pessoa tanto se esforça em pregar, cheia de razão. Tentando aprimorar a empatia pelo outro, independente de ter ou não razão.
Não quero provar o meu ponto.
Ou ser a melhor.
Nem confrontar alguém que sofre calado.
Quero respeitar.
Aprender a mudar o jeito de interagir com quem acredita que não precise mudar.
Mudemos pela pessoa.
De fala muda, que grita no vácuo da sua solidão interior, por atenção.
Solidários, sejamos o seu ouvido surdo. Rouco, de tanto escutar.
Observe, é só isso que o seu corpo confuso pede: de fora pra fora.
#euarenata

Tudo ele pode


O poder do amor nunca deveria ser subestimado.
Seu poder renovador.
E poder destruidor.
O amor cega.
Na mesma proporção em que abre os olhos para tudo.
Que se vê colorido.
Que se enxerga sombrio.
O amor eleva.
Mas muitas vezes derruba.
O amor engrandece.
Emagrece.
O amor é puro.
E sujo.
Pode ser sadio.
Como doentio.
O amor pode te melhorar em todos os aspectos.
Como também trazer à tona a pior versão de si mesmo.
O amor é carente.
O amor é indecente.
O amor tem pressa.
Mas cai na rotina.
O amor rejuvenesce na mesma intensidade que envelhece.
O amor perdoa.
O amor não tem hora.
O amor machuca.
O amor também cura.
O amor fortalece.
Mas também enfraquece.
O amor distrai.
Mas também trai.
Sentidos.
E o pior: confiança.
O amor é tudo de que se precisa.
Só que não é preciso.
Amor é questão de percepção.
Pode libertar.
Como atrapalhar.
Um amor não se cria sozinho.
Precisa de dois para propagar.
Quaisquer de suas vertentes.
E diante de tantas experiências vividas, aprendi a apostar na melhor versão investida: meu amor por você.
#euarenata


Da mesma fôrma



Como dizem por aí, filho de peixe.... 
Todos os dias quando boto o pé dentro do carro, Lucas pede para eu colocar a música "Californication" do Red Hot Chili Peppers para escutarmos durante o trajeto. 
Por incrível que pareça, ele soletra exatamente como se fala, e quando a música acaba, exige que eu deixe rolar as trilhas sonoras seguintes do meu IPhone, pois, segundo sua a sincera opinião, a JB FM, "só tem música triste". Concordo. Mas fazer o quê? Diante da morte súbita da "FM 102.9 - Rádio Rock", é a única estação que deixo tocar no som do meu carro, por considerá-la a menos pior de todas. E acabo não a escutando mesmo, a não ser que esteja dirigindo completamente "no automático". 
Enfim, em função do meu já conhecido gosto musical, às vezes, pego o Lucas cantarolando pelos cantos, além da canção citada acima, as cifras de "Camila, Camila" do Nenhum de Nós, "Come as You Are" do Nirvana, "Creep" do Radiohead, e por aí vai, outras tantas melodias que seguem na sequência do Californication. 
Com três anos, ao menos no meu carro, ele se recusa a escutar qualquer gênero musical que não seja rock. Não tenho culpa se precocemente já adquiriu um gosto refinado pela música. Rs... 
Brincadeiras à parte, estávamos no meu carro escutando pela milésima vez "Californication", e ele, como de costume, cantando junto com a letra, e eu dirigindo em silêncio. Porque quando me atrevo a acompanhá-lo, ele me proíbe. "_Só o Lucas pode" - sustenta, meu "tirano mansinho do bem". Rs... 
Só que hoje, por acaso, escapuliu e comecei a cantar junto com ele. Quando percebi o meu equívoco, antes que reclamasse, imediatamente parei. Surpreendentemente, ele retrucou a minha atitude, argumentando: "_Mamãe, pode cantar. O sinal tá verde!". Intrigada, questionei rindo: "_Mas o que tem a ver o sinal estar verde e eu poder cantar Lucas?". Então essa criança responde assertivamente, do alto da sua sapiência: "_Ué, só não pode cantar quando o sinal estiver vermelho. Aí você tem que parar. Que nem o carro".
A tal - incrível - lógica infantil. Tem como não se encantar?

#euarenata

Ouse

 
#Dare2BeDifferent. Sobre esse quadro que me acompanha há quase 30 anos. 
Foi amor à primeira vista, tão logo o avistei na loja.
Não somente pelos dálmatas obviamente fofos da fotografia.
Mas por todo peso que carrega em seu simbolismo.
Que ainda, criança, claro, não poderia compreender toda a extensão dessa poderosa frase: "Ouse ser Diferente".
Mas que aos 34 anos de idade, tais palavras se tornaram uma bela tatuagem. De tanto que me representam.
Sou igual, mas um ponto fora da curva.
Sou diferente, mas amo, sofro como qualquer um.
Tento ser um colorido, no meio de tanto preto e branco.
Autêntico, dentre tantas ações programadas.
Ser você mesmo, quando todos os demais quiserem ser outros que não sejam si próprios.
Sempre fui o que fui sem medo de ser. 
Nunca puxei saco para ganhar amizade ou emprego.
Quem gosta de mim, gostou de cara. Quem não gostou, provavelmente não irá gostar. Pois aqui, ninguém irá mudar.
Qualidades, defeitos, se mostram continuamente, mais evidentes, principalmente com passar do tempo. Mas a essência? Continua a mesma.
Diferente entre tantos iguais.
Em torno de tanta previsibilidade. 
Não à toa que ao encontrar amigas de todas as minhas idades, agimos como se tivéssemos acabado de nos ver no mesmo dia, mesmo que, anos depois.
Pois nos reconhecemos nas nossas diferenças. 
Que inicialmente nos juntou.
E nos manteve unidas.
Diferenças, sempre admiradas.
Acima de tudo, respeitadas.
Garotas com personalidade.
Firme. Não necessariamente, forte.
Tem coisa pior do que a pessoa se achar a líder e querer ditar as suas manias? Maneiras? Para suas supostas amigas? 
Os famosos clubes das "luluzinhas". Eca.
Nunca obedeci ninguém. Nem mandei em ninguém.
Pois quem é amigo? Acompanha. De perto. Ao lado.
Todas as diferenças que se complementam. 
Tem tirano que acha que é líder. 
Forçando diferentes a se tornarem iguais.
Mas líder inato não precisa impor ou competir com ninguém. Pois os outros o acompanham pelo que ele é.
Nunca o seguem, entendem?
Pois somos iguais, porém diferentes.
Iguais, na nossa humanidade.
Diferentes, nas escolhas.
Nunca o inverso.
Tem que ter peito para ser diferente.
E ganhar respeito.
De graça.


Esquizofrenia mental


Minha cabeça não para.
São pensamentos de todo o tipo sendo sussurrados aos sete ventos,
Na minha alma,
No meu coração,
Nos meus sentimentos que sentem de verdade todo o peso da realidade.
Realidade presente,
Realidade paralela,
Quem nunca se sentiu vivendo fora do corpo?
Como se atendesse mecanicamente comandos do além.
Fazendo o que se sabe ser certo.
Agindo como esperam.
Maquiando, além de fora, tudo por dentro.
Enchendo um vazio com mais solidão.
Nem tudo é perfeição.
E antes que céticos que não se permitem dizer serem curiosos desconfiem, sim fico triste por muitas vezes, por motivos que nem desconfio. 
Não há uma razão em específico. 
Não se trata de depressão.
Nem de bipolaridade.
Nem TPM.
Um pouco, talvez, de ataque de ansiedade enrustida.
Pois absorvo involuntariamente tantas cenas, comportamentos, conversas ao meu redor...
Meu Deus, como existe tanta falsidade, volatilidade, futilidade. Como pode?
Então uma angústia de origem não identificada me aflige vez ou outra...
Me abro de dentro pra fora agora, porque desafio o mundo. Que vive de encanto. Do seu canto, divulgando amenidades para os quatro cantos de todo o resto do mundo.
Como pode? A minha voz interna indaga. Como pode haver tantos artifícios de alegria inventada que se sustentam na vaidade dos olhos de outros que se agarram em tudo que não seja a sua própria vida.
Questionamentos fuzilam a minha mente, dia e noite, tentando me fazer responder o por quê de tudo que não faz sentido.
E que nunca fará. 
Elucubrações que me atormentam.
Não compreendo.
Porque pessoas mudam.
Sentimentos vivem mudando.
E a vida que... Segue.
Isoladamente desgovernada.
Imundamente asseada.
Antagonicamente deslavada.
Complicado tudo isso.
Poucos entenderão.
Poucos absorverão.
A dificuldade que é de se ler sua própria mente.
Imagine, então, dos outros?
Não tente entender o que pensam de você.
Pois, veja bem, meu bem: nem você se entende.


Disse tudo


"Não se preocupe em ser um homem com êxito, e sim com valores" (Albert Einstein).
Pois o resto virá naturalmente.
Acredito nessa premissa, piamente. Incontestavelmente.
Cada vez mais, com o passar do tempo.
Não se deve buscar o sucesso acima de qualquer valor.
O dinheiro nunca deveria prevalecer sobre o amor:
A si mesmo;
Aos outros,
À família,
À saúde,
À profissão,
Pois, no fundo, só causa dor.
Vazio.
O mal do mundo não é o dinheiro.
É o amor a ele.
A algo que, sim, traz conforto.
Mas nunca:
Trará felicidade,
Amigos de verdade,
Êxito.
O êxito é um resultado bem sucedido.
Para se alcançar o êxito tem que se fazer o bem.
Para si mesmo.
Para tudo.
Para todos.
Não há como ser bem sucedido sendo do mal.
Aparentemente, sim.
Mas no interior? Nunca haverá paz.
Pois sempre existirá um conflito interno, entre o bem e o mal. O anjinho e o diabinho.
Um te elevando,
O outro te afundando.
Tudo, é uma questão de tempo.
O que se ganha rapidamente, se perde mais rápido ainda.
Pois conquistas?
Se perdem de vista, até alcançá-las.
Pode demorar, mas quando acontece?
Existe um alicerce.
Uma estrutura que te segura: o valor.
O dinheiro não vale nada nas mãos de quem é desprovido de valor.
O dinheiro, já sujo, se torna imundo.
E não se compra valor com ele.
Valor é qualidade, que desperta admiração alheia.
É talento,
É coragem,
É ser respeitado.
Por si,
Pelos outros.
É o caminho despretensioso,
Consistente,
Do êxito.
Já dizia o gênio.
#euarenata