terça-feira, 4 de abril de 2017

Amar o "inamável"



"Me ame quando eu menos merecer... Pois é quando eu mais preciso".
Difícil tarefa a de amar quando nem tudo vai bem.
Não estou me referindo a amor de mãe,
Ou amor entre casal,
Mais fáceis de reconhecer as benesses da resiliência.
Pois quanto a filhos, é inquestionavelmente incondicional.
Quanto a cônjuges, é ou não é amor. Enquanto houver respeito mútuo e prazer em ficar na companhia um do outro, o amor naturalmente se reinventa, se solidificando a cada dia passados juntos.
Desafio mesmo é continuar amando
Colegas de trabalho,
Parentes,
Amigos,
Que em nada combinam contigo,
Ou te fazem mal,
Ou não te querem bem.
A energia emanada no ambiente inevitavelmente te conta o segredo obscuro de cada um deles,
Se há ou não apreço gratuito,
Se é recíproco,
Ou unilateral, tal sentimento de vibrações desconcertantes.
A velha retórica dos "espíritos que não se batem".
Teoricamente,
O amor de fonte inesgotável existente dentro de nós,
Deveria combater, senão, ao menos, neutralizar tal energia desconfortável que paira sobre o (carregado) ar.
Muitas vezes advindo de pessoas que nunca imaginaríamos ter algo contra a gente,
Ou, não ouso descartar minha culpa no cartório,
Nós mesmos contra elas,
Aquelas, que não conseguimos mais enxergar como amigos.
Meus óculos da parcimônia já se quebraram há muito tempo.
Mas, sabe, eu cegamente acredito nos efeitos benéficos do amor.
Sempre irá existir na gente algo maior do que ira, todo um canal do bem a ser desaguado mundo afora.
Mas quando não se sabe expo-lo da maneira aguardada?
E se o canal se encontra obstruído, te entupindo com toda aquela emoção entalada,
Que volta contra si mesmo, ao invés de fluir a seu favor?
Daí existe a humildade,
Para reconhecer que nem sempre se consegue espalhar amor de verdade para quem na verdade não o está merecendo.
Não vale arrotar rancor disfarçado de amor.
Nada melhor do que terapia para organizar sua psique de forma sadia,
Descobrir como o beneficia,
Buscar legitimamente amar alguém,
Que embora não esteja merecendo.
Mais altruísta, impossível.
Pois é amando, que você vai estar socorrendo o outro,
Do seu próprio amor não correspondido.
#euarenata

Sobre o seu presente de aniversário... Rs...


Brincadeiras à parte,
Embora tendo, ainda que de forma descontraída, tocado no cerne do assunto,
Sim, a vida é uma grande piada.
Muitas vezes engraçada,
Por vezes muito sem graça,
Não importa;
No final, aprendemos que tudo termina numa histérica e estrondosa gargalhada.
De risos,
De soluços,
De choro.
Mas seguimos gargalhando, entende?
Se tem algo que aprendi, no alto dos meus 39 anos celebrados com intermináveis "obrigados",
É que a vida continua.
Não estou me referindo somente à nossa efêmera existência, carregada pelo tempo, anos adentro.
Continua, no sentido de seguir em frente, buscando dar e ser o melhor de si.
De si.
Que nunca será igual ao parâmetro ou ao timing dos outros.
E não será o melhor de tudo que existe por aí.
Mas é tudo de melhor que se pode alcançar e atingir naquele momento.
Pois sempre estaremos a um passo de alterar todo o rumo da nossa jornada.
Em função disso, há que se sopesar a diferença entre tomar decisões corajosas e as consideradas inconsequentes.
Não se pode ser um adulto adolescente.
Não à toa existe a adolescência.
Que aliás, veio a calhar a minha, bem na época da explosão do gênero grunge, punk rock...
Total "Smells Like Teen Spirit" a minha.
Foram tantos nãos, brigas, obstáculos, inseguranças,
Que se não tivesse vivenciado cada uma dessas contradições,
Afirmo: não teria metade da confiança para investir em persistência,
Faltaria sensibilidade mínima para enxergar os demais com empatia,
Não conseguiria realizar que embora nasçamos e morramos sozinhos, enquanto existimos nesse plano, somos todos ligados pela mesma energia,
Por diversas fés que culminam numa única crença.
Não entenderia que coisas simples se tornam complicadas, só porque criamos altas em expectativas nelas.
Não desvendaria o maior mistério de todos para se alcançar a felicidade plena: basta olhar para dentro.
Nunca esquecendo de esboçar um sorriso,
Principalmente quando sentimos que está difícil,
Já que, lembra?
A vida é uma extensa piada,
A ser sempre gargalhada.
#euarenata

Cenas do Cotidiano

Cenas do cotidiano.
Venero aprecia-las.
Registra-las.
Nas minhas memórias,
Nas lentes de qualquer máquina fotográfica.
Basta me chamar a atenção,
Rolar uma conexão,
E pronto: minha mente entra em erupção.
Existe expressão mais humilde do que a de uma pose de reverência?
Reverência à vida.
A uma pausa bem-vinda.
Sentado, distraído, colocando o sapato...
O que se passa na sua cabeça?
Talvez nada.
Ou uma série de ponderações ao acaso?
Uma ideia interessante que acabou de brotar,
Um projeto antigo que está em vias de concretizar,
Uma tarefa inacabada que não para de perturbar...
Tudo isso, tintilintando como garrafas de vidro em choque que ecoam aguçadamente na sua cabeça.
Refletindo por conta própria sobre tantas prioridades...
Ou seriam amenidades...
Tão bom não sofrer de surdez interior.
Então nesse momento em que se encontra debruçado,
Quase que paralisado,
Percebe que tanto acontece, num único segundo... Sim, você existe.
Em tantos planos,
Onipresente, nos mais diferentes.
E nesse estático momento em que se encontra sentado,
Que inspira,
Que se endireita na melhor posição,
Que expira,
Ele finalmente se curva,
Para colocar o sapato.
Sozinho,
Sem precisar da ajuda de ninguém,
Usando suas próprias mãos.
Quanta gratidão!
Por poder contemplar o óbvio,
Celebrar o comum,
Com olhos de deslumbre.
Simplesmente admirar o simples.
Que na verdade, é tudo.
Pois como dizia Leonardo Da Vinci: "A simplicidade é o último grau de sofisticação".
#euarenata


domingo, 19 de março de 2017

Tipo, não faço tipo...


Sou do tipo que não tem tipo.
Tipo, assim: não me enquadro em tipos.
Claro, temos no nosso tipo, algo que prevaleça,
Prefiro acreditar que o meu lado solar é o que reina.
Mas pessoas, não vivem somente de luz, embora certos - diria - excêntricos, aleguem que sim.
Os tipos que vivem de fotossíntese.
Tarefa árdua sustentar uma causa.
Nobre para uns,
Excessiva para outros.
Tipos catalogados, classificados, rotulados.
Se vegano, inadmissível comer carne.
Se crente, imperdoável pecar,
Se entusiasta, inconcebível se abalar.
Percebem? Extremos levam a atitudes extremas.
Respeito o extremo, qualquer costume ou tendência.
De verdade.
Ainda que me contradizendo quanto a expor que não pertenço a padrões de comportamento estanques,
Posso afirmar que sou do tipo que valoriza a individualidade,
Venero a prática do cada um na sua, seguindo o que entende ser melhor para si.
Para si. Não, talvez, para os demais.
Por isso não gosto de fazer tipo.
Se o faço, que seja:
Para ostentar que sou do tipo feliz, que também fica triste.
Sou do tipo mãe, que também gosta de trabalhar.
Do tipo que ousa, mas mantém o pé no chão.
Do tipo que faz dieta, mas que come besteira também.
Do tipo que gosta de prestigiar, mas ser paparicada também.
Do tipo que adora chamar a atenção, mas ficar na minha também.
Do tipo neutra, mas que entra em conflito.
Do tipo que se garante, mas que pede conselho.
Do tipo que fala demais, mas também escuta em demasia.
Do tipo sã, mas doida.
Do tipo carinhosa, mas agressiva.
Do tipo vaidosa, que se cuida,
Não somente no exterior,
Principalmente, no interior.
Sou o que sou,
Não sendo nada em específico,
Para não me comprometer,
Não me meter,
Não obedecer,
Apenas ser,
Sem fazer tipo.
#euarenata

Saga interminável



De Muralha da China, prefiro, em certas ocasiões, assumir o meu lado Muro de Berlim...
Despedaçado,
Mal se aguentando em pé.
Basta observar a sua fragilidade explícita, acondicionada, porém, em sua estrutura rígida.
Em mim?
Ora prevalece a dureza,
Ora a latente vulnerabilidade.
Não sei vocês, 
Mas tem dias que acordo assim,
Com uma angústia entalada na garganta,
Sem qualquer tipo de motivo aparente.
Não imagino que seja hormonal. Talvez, até, possa ser normal...
Ou, simplesmente, o acúmulo de atrocidades que nos deparamos - até de maneira inconsciente - no nosso cotidiano,
E quando finalmente alcança o seu nível máximo de saturação, acaba por eclodir nessa onda de abatimento temporária dentro de mim...
Sinto uma solidão inexplicável, mesmo tendo plena consciência de que se tem algo que não sou, é solitária.
Talvez por questionar se somente eu me sinta subitamente assim; uma espécie de descontrolada erupção momentânea de sensações melancólicas,
Ácidas,
Que me forçam a sentir descrente quanto a tantas questões relevantes...
Como lidar, sem se afetar, com notórias demonstrações de falsidade? 
Como não se abalar profundamente, com a tragédia de tantos?
Como é possível não se sentir feliz em 100% do tempo? 
Há vezes que só queria dormir,
Para poder parar de sentir.
De me drogar,
Para não ter que chorar.
De morrer, 
Para evitar de sofrer.
Então sinto vergonha.
Até raiva de me sentir assim.
Que ingrata!
Nunca me faltou nada.
Não tenho do que reclamar...
"Então por que fico desse jeito?"
Me questiono, inúmeras vezes, sondando se dentro da minha mente ainda reside algo próximo da sanidade...
E o pouco que resta dela nesses momentos indecifráveis de esmorecimento,
Me responde, firme: "_Para vivermos várias vidas dentro de uma só... Temos que renascer sempre."
E para renascer?
Tem que matar tudo de ruim que existe na gente,
Principalmente, quando não existe uma explicação sensata para nos sentirmos assim.
Ora, partindo do pressuposto que inexiste uma origem determinada, por que permitir que o nada determine como iremos nos sentir?
Hoje?
Ou quase sempre?
Não posso deixar o nada - do nada - me fazer sentir como um nada...
Mas não é do nada,
Que renasce a fênix?
#euarenata

Do lado de dentro


Eu queria, 
Juro que gostaria,
De ter a habilidade de não me corromper, 
E enxergar o  mundo de todos, 
Somente pelas lentes de alta precisão, 
Da doce ilusão.
Imaginar que tudo é bom,
Nunca me permitindo contaminar,
Com ideias próprias de certeza,
Absoluta por si só,
Que redundância!
Pensar sempre com a mesma fôrma,
Dentro da mesma caixa,
Seguindo o estouro da boiada...
Acreditando que só se alcança a santidade nas palavras discorrendo sobre o bem...
Como? Me explique, por favor,
De preferência através de imagens lúdicas que fariam até uma criança compreender...
Como somente ponderar sobre o bem, 
Se vivemos exatamente no lado oposto do paraíso?
Ao menos, entre ele...
Do outro lado do vidro,
Ou seria do espelho, para alguns?
Que remete à imagem do vale da luz.
Que nos cega com a sua luminosidade que lhe é inerente,
Pois nos encontramos enfiados, 
Enjaulados,
Dentro do cômodo da nossa minúscula perspectiva,
Quanto à vida alheia...
Somos todos,
Santos pecadores, 
Pregando o que entendemos ser certo,
Tendo o cuidado de colocar em evidência,
Através de críticas "pseudo-construtivas",
Todo e qualquer ato considerado desajustado, 
Ousado,
Que deve ser imediatamente coibido,
Para, assim, finalmente... Suspirarmos com o alívio de dever cumprido.
"Vamos para o céu!" - alguém ousa duvidar?
Ele está bem na nossa frente,
E a única barreira que nos separa dele?
Nós mesmos.
Mas insisto: como afirmar o certo sem comparar com o errado?
Difícil, hein?
Porém,
Creio que sim, dá para agir de boa, deixando de lado o tão almejado papel de candidato à perfeição incólume em pessoa,  se for para abrir publicamente, tão somente, a sua verdade...
Não importando se o outro concorda ou não, de verdade.
Pois ela é só sua,
Somente sendo comparada com outra noção de realidade,
Não para se tornar igual,
Mas justamente para ser referência do diferente. 
Pois o bom demais, entedia.
O ácido em demasia, desgasta.
Palavras que pregam somente extremos,
Nunca denotarão o que certamente todos buscam,
Independente de que lado da janela se encontrem,
Uma coisa é certa: 
Somos todos iguais na busca constante do equilíbrio.
Entre o bem,
Entre o mal,
Principalmente, acima de tudo,
O mental.
#euarenata

sexta-feira, 10 de março de 2017

Obrigada, Dona Cegonha!



Chegou! A versão impressa do Psyvamp Book (inglês e português)! Não sei como descrever o que sinto, talvez algo comparado a conceber um filho imaginário, e vê-lo crescer fora do ventre fértil da minha imaginação.

Não sei se já falei sobre o fator motivador que me fez levar o projeto adiante: queria discorrer sobre o amor eterno, aquele que é imortal, transformando a narrativa mais interessante, tornando-o paranormal. Envolvendo a figura mística mais atrativa de todas - o vampiro. Só que do tipo real, que vive entre a gente, disfarçado de gente - o psíquico ("psyvamp") que suga nossas energias. 

Imaginem só: comecei em 2010, escrevendo um pouco a cada dia, seja no intervalo de almoço do trabalho ou madrugada afora.
Até que em 2015 finalmente consegui termina-lo, optando por publica-lo por conta própria, no formato e-book, na Amazon.com. Ainda não me sentia totalmente realizada; permanecia o ímpeto de publica-lo fisicamente.

Até que em 2017 a Amazon criou tal opção. Seria o resultado do universo conspirando a meu favor? Acredito que sim. Na velha retórica do "crer para ver".

Visando divulga-lo novamente, resolvi repagina-lo com fotos que tinha tirado, por acaso, também em 2015, sem qualquer tipo de pretensão de torná-las minha futura capa de livro. Com a opção da via impressa, tive um insight sobre tais fotografias: a garota, dotada de luz própria, sendo devorada pela caveira da morte, divagando sob a proteção do seu simbólico escudo de luz, o guarda-chuva, pelo vale sombrio da nossa existência.

De arrepiar, não? Um trabalho magnífico de fotografia executado com louvor pela Daydream Fotografia, de maneira totalmente despretensiosa, resultou na imagem perfeita para retratar a obra em questão.

Eu realmente acredito estar todo mundo ligado de alguma forma; todos desempenhando um papel fundamental para atingirmos, como indivíduos, nossas respectivas metas,
O tão almejado sucesso,
Cada qual com a sua própria concepção do que é ter um sonho concretizado, e graças a essa equipe incrível de fotografia, ao incentivo do meu marido Vitor Araujo e da minha mãe Lúcia Perdigão Sant'Anna consegui realizar mais esse feito.

Agora só falta plantar uma árvore.