terça-feira, 4 de abril de 2017

Cenas do Cotidiano

Cenas do cotidiano.
Venero aprecia-las.
Registra-las.
Nas minhas memórias,
Nas lentes de qualquer máquina fotográfica.
Basta me chamar a atenção,
Rolar uma conexão,
E pronto: minha mente entra em erupção.
Existe expressão mais humilde do que a de uma pose de reverência?
Reverência à vida.
A uma pausa bem-vinda.
Sentado, distraído, colocando o sapato...
O que se passa na sua cabeça?
Talvez nada.
Ou uma série de ponderações ao acaso?
Uma ideia interessante que acabou de brotar,
Um projeto antigo que está em vias de concretizar,
Uma tarefa inacabada que não para de perturbar...
Tudo isso, tintilintando como garrafas de vidro em choque que ecoam aguçadamente na sua cabeça.
Refletindo por conta própria sobre tantas prioridades...
Ou seriam amenidades...
Tão bom não sofrer de surdez interior.
Então nesse momento em que se encontra debruçado,
Quase que paralisado,
Percebe que tanto acontece, num único segundo... Sim, você existe.
Em tantos planos,
Onipresente, nos mais diferentes.
E nesse estático momento em que se encontra sentado,
Que inspira,
Que se endireita na melhor posição,
Que expira,
Ele finalmente se curva,
Para colocar o sapato.
Sozinho,
Sem precisar da ajuda de ninguém,
Usando suas próprias mãos.
Quanta gratidão!
Por poder contemplar o óbvio,
Celebrar o comum,
Com olhos de deslumbre.
Simplesmente admirar o simples.
Que na verdade, é tudo.
Pois como dizia Leonardo Da Vinci: "A simplicidade é o último grau de sofisticação".
#euarenata


Nenhum comentário:

Postar um comentário