domingo, 19 de março de 2017

Saga interminável



De Muralha da China, prefiro, em certas ocasiões, assumir o meu lado Muro de Berlim...
Despedaçado,
Mal se aguentando em pé.
Basta observar a sua fragilidade explícita, acondicionada, porém, em sua estrutura rígida.
Em mim?
Ora prevalece a dureza,
Ora a latente vulnerabilidade.
Não sei vocês, 
Mas tem dias que acordo assim,
Com uma angústia entalada na garganta,
Sem qualquer tipo de motivo aparente.
Não imagino que seja hormonal. Talvez, até, possa ser normal...
Ou, simplesmente, o acúmulo de atrocidades que nos deparamos - até de maneira inconsciente - no nosso cotidiano,
E quando finalmente alcança o seu nível máximo de saturação, acaba por eclodir nessa onda de abatimento temporária dentro de mim...
Sinto uma solidão inexplicável, mesmo tendo plena consciência de que se tem algo que não sou, é solitária.
Talvez por questionar se somente eu me sinta subitamente assim; uma espécie de descontrolada erupção momentânea de sensações melancólicas,
Ácidas,
Que me forçam a sentir descrente quanto a tantas questões relevantes...
Como lidar, sem se afetar, com notórias demonstrações de falsidade? 
Como não se abalar profundamente, com a tragédia de tantos?
Como é possível não se sentir feliz em 100% do tempo? 
Há vezes que só queria dormir,
Para poder parar de sentir.
De me drogar,
Para não ter que chorar.
De morrer, 
Para evitar de sofrer.
Então sinto vergonha.
Até raiva de me sentir assim.
Que ingrata!
Nunca me faltou nada.
Não tenho do que reclamar...
"Então por que fico desse jeito?"
Me questiono, inúmeras vezes, sondando se dentro da minha mente ainda reside algo próximo da sanidade...
E o pouco que resta dela nesses momentos indecifráveis de esmorecimento,
Me responde, firme: "_Para vivermos várias vidas dentro de uma só... Temos que renascer sempre."
E para renascer?
Tem que matar tudo de ruim que existe na gente,
Principalmente, quando não existe uma explicação sensata para nos sentirmos assim.
Ora, partindo do pressuposto que inexiste uma origem determinada, por que permitir que o nada determine como iremos nos sentir?
Hoje?
Ou quase sempre?
Não posso deixar o nada - do nada - me fazer sentir como um nada...
Mas não é do nada,
Que renasce a fênix?
#euarenata

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