domingo, 8 de janeiro de 2017

Vem 2017!


Um brinde a 2017!
Com vinho, da cor do sangue.
Que corre nas veias de todos, pois somos todos iguais.
Cada qual, o reflexo de cada um.
2016 pode ter sido péssimo para muitos. 
Ainda que seja tachada como atrevida, posso afirmar que 2016 foi bom.
Aliás, foi ótimo.
Pois como qualquer outro, foi mais um ano de vida presente na minha vida.
Com saúde, acima de tudo.
Na companhia de família e amigos.
Imersa em paz de espírito.
Poderia pedir mais?
Apenas que 2017 seja tão bom ou melhor quanto. E sei que será.
Pois a cada ano, por pior que seja alguma experiência vivida, todas as outras boas neutralizam essa única ruim.
Só de estar respirando,
Só de estar andando,
Só de estar aqui...
Só de poder escutar o dia amanhecendo através dos pios dos passarinhos que madrugam...
Bem que te vi, bem-te-vi... Me encarando do alto da amendoeira, do canto da janela, como sempre;
Bom te ver.
Incrível enxergar de tudo um pouco, em tudo.
Sentir cada instante inspirado, expirando.
Relaxar com o canto das cigarras ecoando pós chuva de verão.
E o cheiro de terra molhada? A cara da estação.
Sentir calor. Amor.
Estar livre! Para ir e vir.
Pensar no que quiser.
Expressar o que bem entender.
Um brinde a cada célula do nosso corpo!
Cada uma delas, executando com maestria, em sinergia com as demais, seu papel fundamental para o efetivo funcionamento de todo um organismo.
Se o mundo fosse assim, hein? Cada um exercendo o seu papel de forma eficiente, em prol do coletivo?
Doce utopia, eu sei.
Podemos até não ter capacidade de mudar tudo que é preciso mudar.
Só que temos a habilidade de mudar cada pedacinho de nós mesmos, para mudar o que for preciso.
E criar o nosso próprio novo ano.
Um viva para 2017, que talvez será igual a 2016.
Ótimo, então!
Que 2017 seja incrivelmente comum como qualquer outro ano.
No entanto, um milagre vivido a cada dia, como todos os demais.
Vem com tudo 2017!
Se faça presente para podermos desembrulhar esse presente com todo o deslumbre!
Afinal, o que é o ano novo senão mais um instante que acabamos de ganhar, de novo?
Então brindemos a mais um instante, minuto, hora, mês, ano.
Novo.
#euarenata

Pingúfio


Intimidade de verdade vem com a idade.
No começo, até achamos que estamos nos entregando aos outros.
Ledo engano.
Entregamos tudo, menos a nós mesmos.
Nunca, o íntimo.

Intimidade intimida.
O que entendemos ser intimidade, é mero deslumbramento, fogo de palha, paixão que se esvai ao primeiro desvio de pensamento.
Ficar nu não é intimidade.
É apenas um corpo, desvendado por baixo das roupas, como tantos outros.
Uns mais sarados, outros, mais relapsos. Não importa, são pura matéria.
Como todos os outros, tratam-se de mera blindagem da essência de tudo; nossa alma pelada.
A intimidade, vem com o amor.
Principalmente, por si mesmo.
Quando nos amamos, não temos vergonha de sermos excêntricos, rir daquele jeito esquisito, ou comer daquela forma engraçada.
Não fazemos joguinhos, não esperamos o momento certo para dizer "eu te amo".
Se sente que se ama, e se diz, naturalmente. Frequentemente.
A todo momento.
Intimidade aproxima.
Conecta pessoas.
Da forma mais profunda e desnuda.
A intimidade é o principal alicerce das almas.
Por vezes, nos deparamos com o vazio automático das distrações rotineiras, trabalho, filhos, demandas mil do dia-a-dia. E até passamos a nos questionar se a intimidade antes tão presente na nossa intimidade, ainda estaria por ali.
Ou se teria se despedido sem ao menos dizer adeus. Sem ao menos termos percebido.
Mas não se iluda; não se deixe perturbar.
Pois se o amor existe,
A intimidade sempre irá te procurar. E te encontrar.
Onde sempre esteve, sim, por algumas vezes, escondida. Mas nunca desaparecida.
Nas ocasiões mais inesperadas.
No sono a dois.
Num pôr-do-sol testemunhado juntos.
Numa conversa amiga. Entre eternos amantes.
Como pinguins que quando encontram seu respectivo par, se juntam para sempre.
De todos que conheci,
Apenas em você me reconheci.
Meu pinguim.
Pois somos duas almas ligadas,
Pelo nosso amor,
Através da descoberta e sempre redescoberta,
Intimidade.
#euarenata
 

Então é Natal


A vida é feita de momentos,
Batimentos,
Pulsações,
Palpitações,
Emoções.
Principalmente, sensações.
Sentir-se amado,
Sentir-se prestigiado,
Sentir-se perdoado,
Sentir-se acolhido,
Sentir-se feliz.
Podendo, então, ter o privilégio de compartilhar todo esse seu íntimo explicitamente com o mundo, entre amigos que ao mesmo tempo são família ou vice-versa, é ganhar na loteria sem precisar apostar em nada além da força resiliente do amor.
Como não se sentir amada ao se deparar com alguém que doou alguns minutinhos do seu presente, para escrever palavras tão comoventes, para te dar de presente?
Um pedacinho da sua alma.
Da sua atenção.
Do seu sentimento, por você.
Me presenteou com um belo momento.
Um afeto eternizado.
Mais um fabuloso enfeite para ornamentar a árvore das minhas lembranças.
As posses que realmente importam; as únicas que se transportam para qualquer lugar, qualquer dimensão, sem o peso do apego.
Afinal, o que seria o espírito natalino, senão tornar pessoas mais próximas espiritualmente, principalmente?
Tudo isso materializado num pequeno gesto que representa um feito tão grande: um lindo cartão de Natal.
Porque nunca, nada será maior do que o amor materializado nas ações do dia-a-dia, corroborados pela escrita.
Obrigada, cunhada querida, Letícia Araujo, por me presentear com algo tão tocante, que fará parte da minha vida, com muito carinho, a todo o instante! 

#euarenata

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Ligeiramente "hater"

Coisas que odeio:
- Lembrar que tenho que escovar os dentes quando já estou deitada, quase dormindo;
- Trânsito;
- Não poder mexer as mãos assim que faço as unhas;
- Revezar aparelho na academia. Ok. Super egoísta da minha parte. Mas detesto!
- Se alguém puxar papo comigo assim que levanto. Posso até ter acordado bem, mas fico num mau humor tremendo se a pessoa resolver insistir na conversa;
- Gente pegajosa. Ui!
- Gente que se faz de vítima. Detesto!
- Gente que fala "a nível de". Arrepio!
- Porco que joga lixo nas ruas. E não estou me referindo ao bicho;
- Malandros que furam filas, ou andam de carro no acostamento. Me tiram do sério;
- Lei Seca. Não por apoiar bêbados ao volante, mas por entender que todos os serviços públicos deveriam ser tão eficientes quanto;
- Assistir noticiários. Só tem violência, corrupção e morte;
- Gente que maltrata crianças e animais. Não tem nada que me faça perder mais a cabeça do que isso;
- Mentira, desonestidade, gente sonsa;
- Quando troco de bolsa e percebo que o meu cartão de débito/crédito ficou na anterior, bem longe das minhas compras;
- Gente que não é deficiente nem idoso estacionar em vagas do tipo;
- Aqueles garotos que fazem malabarismo nos sinais. Me sinto trafegando por vias com pedágios opcionais infinitos;
- Pagar IPVA, OAB, IRPF, tributos e taxas em geral, aqui, neste País em que quase nada é revertido para os cofres públicos;
- Passar por viaturas que andam com janelas escancaradas e artefatos bélicos em riste;
- Impunidade. Daí odiar tanto o Brasil;
- Encostar em gente suada. Se for fedida, então... Eca!
- Dar descarga numa privada entupida. Surto!
- Bullying. Sou capaz de agredir quem pratica bullying;
- Preconceito ou covardia de qualquer espécie. Abomino!
- Gente que se mete em tudo que você fala ou faz, principalmente, se a sua opinião não foi solicitada;
- Desordem. Sou muito organizada em tudo;
- Falar com alguém que nitidamente não está prestando atenção;
- Chegar atrasada;
- Política. Existe assunto mais chato?
- Gente que conta todos os detalhes de tudo que aconteceu num fato que poderia ser sintetizado em 3 minutos e a pessoa leva três horas para terminar. Chego a infartar!
- Odeio odiar.
#euarenata


Out-análise


Costumo fazer muita "out-análise". Não, a digitação não saiu incorreta. Quer dizer, sim, faço diariamente auto-análise. Creio ser fundamental se conhecer, estabelecer limites, metas, se entender melhor, para poder se tornar um indivíduo mais evoluído.
Mas também tenho o forte hábito de analisar todo meu exterior.
Chamo de "out-análise". Análise de fora, do "pra fora."
Procuro desvendar os sentimentos mais truncados que alguém tente passar, sem que perceba o quão artificial está agindo.
Para manter as aparências, tem gente que sustenta qualquer bandeira. Mesmo que furada.
Acaba sendo uma furada.
Sujeitos que ditam algo inversamente proporcional ao que a sua linguagem corporal está proclamando.
Alguns até conseguem passar ilesos dessa explícita desconexão entre mente e corpo. Seres articulados demais, até, dissimulados, quiçá.
Mas quem se enquadra na média, se denuncia, já que existe uma janela que nunca se fecha: a da alma.
E por mais que o indivíduo insista ser o maioral, seu olhar vazio o desmente.
Por mais que declare ser referência em matéria de confiança, sua energia diz exatamente o contrário.
Por mais que grite ser uma inabalável fortaleza, seu espírito chora, suplicando uma trégua na eterna encenação de gladiador.
É aquele que certamente chora pelos cantos para ninguém testemunhar, pois entende que é algo para se envergonhar.
Só que não. A alma precisa chorar, para se lavar e se renovar.
Pratico a out-análise não com o intuito de desmascarar publicamente sentimentos escancaradamente encobertos.
Aprendi que mais vale um aparentemente errado feliz, do que um forçado sabe tudo, só.
Finjo não perceber a ilusão que a pessoa tanto se esforça em pregar, cheia de razão. Tentando aprimorar a empatia pelo outro, independente de ter ou não razão.
Não quero provar o meu ponto.
Ou ser a melhor.
Nem confrontar alguém que sofre calado.
Quero respeitar.
Aprender a mudar o jeito de interagir com quem acredita que não precise mudar.
Mudemos pela pessoa.
De fala muda, que grita no vácuo da sua solidão interior, por atenção.
Solidários, sejamos o seu ouvido surdo. Rouco, de tanto escutar.
Observe, é só isso que o seu corpo confuso pede: de fora pra fora.
#euarenata

Tudo ele pode


O poder do amor nunca deveria ser subestimado.
Seu poder renovador.
E poder destruidor.
O amor cega.
Na mesma proporção em que abre os olhos para tudo.
Que se vê colorido.
Que se enxerga sombrio.
O amor eleva.
Mas muitas vezes derruba.
O amor engrandece.
Emagrece.
O amor é puro.
E sujo.
Pode ser sadio.
Como doentio.
O amor pode te melhorar em todos os aspectos.
Como também trazer à tona a pior versão de si mesmo.
O amor é carente.
O amor é indecente.
O amor tem pressa.
Mas cai na rotina.
O amor rejuvenesce na mesma intensidade que envelhece.
O amor perdoa.
O amor não tem hora.
O amor machuca.
O amor também cura.
O amor fortalece.
Mas também enfraquece.
O amor distrai.
Mas também trai.
Sentidos.
E o pior: confiança.
O amor é tudo de que se precisa.
Só que não é preciso.
Amor é questão de percepção.
Pode libertar.
Como atrapalhar.
Um amor não se cria sozinho.
Precisa de dois para propagar.
Quaisquer de suas vertentes.
E diante de tantas experiências vividas, aprendi a apostar na melhor versão investida: meu amor por você.
#euarenata


Da mesma fôrma



Como dizem por aí, filho de peixe.... 
Todos os dias quando boto o pé dentro do carro, Lucas pede para eu colocar a música "Californication" do Red Hot Chili Peppers para escutarmos durante o trajeto. 
Por incrível que pareça, ele soletra exatamente como se fala, e quando a música acaba, exige que eu deixe rolar as trilhas sonoras seguintes do meu IPhone, pois, segundo sua a sincera opinião, a JB FM, "só tem música triste". Concordo. Mas fazer o quê? Diante da morte súbita da "FM 102.9 - Rádio Rock", é a única estação que deixo tocar no som do meu carro, por considerá-la a menos pior de todas. E acabo não a escutando mesmo, a não ser que esteja dirigindo completamente "no automático". 
Enfim, em função do meu já conhecido gosto musical, às vezes, pego o Lucas cantarolando pelos cantos, além da canção citada acima, as cifras de "Camila, Camila" do Nenhum de Nós, "Come as You Are" do Nirvana, "Creep" do Radiohead, e por aí vai, outras tantas melodias que seguem na sequência do Californication. 
Com três anos, ao menos no meu carro, ele se recusa a escutar qualquer gênero musical que não seja rock. Não tenho culpa se precocemente já adquiriu um gosto refinado pela música. Rs... 
Brincadeiras à parte, estávamos no meu carro escutando pela milésima vez "Californication", e ele, como de costume, cantando junto com a letra, e eu dirigindo em silêncio. Porque quando me atrevo a acompanhá-lo, ele me proíbe. "_Só o Lucas pode" - sustenta, meu "tirano mansinho do bem". Rs... 
Só que hoje, por acaso, escapuliu e comecei a cantar junto com ele. Quando percebi o meu equívoco, antes que reclamasse, imediatamente parei. Surpreendentemente, ele retrucou a minha atitude, argumentando: "_Mamãe, pode cantar. O sinal tá verde!". Intrigada, questionei rindo: "_Mas o que tem a ver o sinal estar verde e eu poder cantar Lucas?". Então essa criança responde assertivamente, do alto da sua sapiência: "_Ué, só não pode cantar quando o sinal estiver vermelho. Aí você tem que parar. Que nem o carro".
A tal - incrível - lógica infantil. Tem como não se encantar?

#euarenata