segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Gisele Enrustida

Todo mundo tem uma übermodel dentro si.  A diferença é que uns assumem publicamente, e outros fazem doce. Fingem que não gostam dos holofotes da vaidade. Talvez por vergonha. Ou até para não demonstrarem fraqueza. A vaidade não deixa de ser um defeito, quando em excesso. Mas sendo bem dosada, torna-se até uma virtude. Passa credibilidade. Todo mundo admira uma pessoa que se cuida – com moderação – e se veste bem. Principalmente quando a vaidade anda junto com o bom senso e o bom gosto. A pessoa nem precisa ser bonita, mas se possuir um sorriso sincero com dentes alinhados, já é um imponente cartão de visita. Há maneiras e formas de chamar atenção pra si. Eu sempre levantei a bandeira da modelete enrustida. Quem me conhece bem, sabe que eu sempre gostei de fazer pose: engraçada, sexy, blasé. Perdi as contas de quantas vezes pedi à minha mãe para tirar fotos minhas de biquíni, de vestido, de bobeira. Só para registrar o momento. Passar de maneira descontraída, o tempo. Na era dos selfies, então... Melhor impossível. Não precisa ter ninguém testemunhando a sua descompensada ou comedida vaidade. A produção é imediata e em série: é possível tirar duzentas e cinquenta fotos fazendo o mesmo bico, e escolher uma digna de capa da Vogue. Sem precisar gastar um tostão em rolo de filme, nem revelação. Mas atenção: cuidado com o ego. Ele pode ficar narcisista demais. Ou cair na profunda depressão de se deparar com imagens de pessoas aparentemente perfeitas, produzidas – na surdina - pelo truque do photoshop. Um golpe baixo, mas parte integrante da nossa virtual realidade: nem Leonardo Da Vinci conseguiria atingir tamanho grau de perfeição nas suas obras de arte. Só que o belo só se mantém até o momento em que se acostuma com ele. Infelizmente a beleza externa se auto detona com o cronômetro do tempo.  Se até o Tom Brady vacilou com a Gisele, por que haveria de ser diferente com o resto da humanidade? Por isso sustento que a vaidade deveria se vestir de dentro pra fora. E não o contrário. Não existe nada mais poderoso e admirável do que alguém seguro de si. Então não se deixe abater com o que os seus olhos veem ao espiar a fechadura da internet. Não se diminua perante esse grupo estelionatário de megapixels. Tenha em mente que o belo se encontra nas diferenças.  Nos defeitos que só existem na sua cabeça, aliados a tudo que existe de bom em você. Por dentro e por fora. E só existe um de você mesmo, em todo o universo. E não há nada mais precioso do que ser único. Ouse ser diferente. Por isso, #ficaadica  para uma auto estima turbinada: vista-se para matar, mas como se tivesse indo para uma entrevista de emprego. Assim você dosa o lado sensual que existe dentro de si. E então faça cara de bege e trace uma passarela imaginária na sua frente. Corrija a postura e siga adiante pisando em passos firmes e ritmados, mas sem pesar para não afetar a leveza do seu desfile pessoal. Imagine que está em Paris, Milão. Pense em aplausos. Sim, você sendo aplaudido por um público que é seu fã incondicional. Você mesmo.

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