Todo mundo tem uma übermodel dentro si. A diferença é que uns assumem publicamente, e
outros fazem doce. Fingem que não gostam dos holofotes da vaidade. Talvez por
vergonha. Ou até para não demonstrarem fraqueza. A vaidade não deixa de ser um
defeito, quando em excesso. Mas sendo bem dosada, torna-se até uma virtude. Passa
credibilidade. Todo mundo admira uma pessoa que se cuida – com moderação – e se
veste bem. Principalmente quando a vaidade anda junto com o bom senso e o bom
gosto. A pessoa nem precisa ser bonita, mas se possuir um sorriso sincero com
dentes alinhados, já é um imponente cartão de visita. Há maneiras e formas de
chamar atenção pra si. Eu sempre levantei a bandeira da modelete enrustida.
Quem me conhece bem, sabe que eu sempre gostei de fazer pose: engraçada, sexy,
blasé. Perdi as contas de quantas vezes pedi à minha mãe para tirar fotos
minhas de biquíni, de vestido, de bobeira. Só para registrar o momento. Passar
de maneira descontraída, o tempo. Na era dos selfies, então... Melhor
impossível. Não precisa ter ninguém testemunhando a sua descompensada ou
comedida vaidade. A produção é imediata e em série: é possível tirar duzentas e
cinquenta fotos fazendo o mesmo bico, e escolher uma digna de capa da Vogue.
Sem precisar gastar um tostão em rolo de filme, nem revelação. Mas atenção:
cuidado com o ego. Ele pode ficar narcisista demais. Ou cair na profunda depressão
de se deparar com imagens de pessoas aparentemente perfeitas, produzidas – na surdina
- pelo truque do photoshop. Um golpe baixo, mas parte integrante da nossa
virtual realidade: nem Leonardo Da Vinci conseguiria atingir tamanho grau de
perfeição nas suas obras de arte. Só que o belo só se mantém até o momento em
que se acostuma com ele. Infelizmente a beleza externa se auto detona com o
cronômetro do tempo. Se até o Tom Brady
vacilou com a Gisele, por que haveria de ser diferente com o resto da
humanidade? Por isso sustento que a vaidade deveria se vestir de dentro pra fora.
E não o contrário. Não existe nada mais poderoso e admirável do que alguém
seguro de si. Então não se deixe abater com o que os seus olhos veem ao espiar
a fechadura da internet. Não se diminua perante esse grupo estelionatário de
megapixels. Tenha em mente que o belo se encontra nas diferenças. Nos defeitos que só existem na sua cabeça,
aliados a tudo que existe de bom em você. Por dentro e por fora. E só existe um
de você mesmo, em todo o universo. E não há nada mais precioso do que ser único.
Ouse ser diferente. Por isso, #ficaadica para uma auto estima turbinada: vista-se para matar, mas como se
tivesse indo para uma entrevista de emprego. Assim você dosa o lado sensual que
existe dentro de si. E então faça cara de bege e trace uma passarela imaginária
na sua frente. Corrija a postura e siga adiante pisando em passos firmes e
ritmados, mas sem pesar para não afetar a leveza do seu desfile pessoal.
Imagine que está em Paris, Milão. Pense em aplausos. Sim, você sendo aplaudido
por um público que é seu fã incondicional. Você mesmo.
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