sexta-feira, 3 de março de 2017

Carnaval Light


E nosso carnaval foi assim,
Em família,
Assim como declarado
definitivamente,
Pela sua bela arte em pele,
Mais do que significativa,
Eterna, simbólica tattoo.
Uma folia de sensações boas e boas recordações,
Embaladas por chuva, sol, ambos,
Dias e noites coloridos como meu biquíni,
Cercados pela melhor presença de todas,
Três gerações unidas,
Curtindo a vida,
Ao som do mar,
Embevecidos pela natureza tranquila,
Da Angra dos Reis.
Sim, conseguimos atingir mais um nirvana,
Numa incrível estadia,
Fora da carnavalesca cidade maravilhosa,
Pausa para gratidão...
Mas tão maravilhosa quanto.
Que maravilha!
Brindemos mais um momento único,
Com Sex on the Beach,
Trocadilhos à parte,
Risadas em toda parte,
Tim-tim em demasia,
Viciados em alegria,
Embriagados de amor.
O melhor carnaval de todos:
É estar todos os dias,
Na sua melhor companhia,
Você,
Comigo,
Com nosso filho,
Em família.
#euarenata 

Eu, Unicórnio


Se tivesse que escolher,
Que bicho ser,
Me fantasiaria de um ser inventando
Pela fantasia da minha cabeça,
Criativa,
Imaginativa,
Um lindo brilhante unicórnio,
Multicolorido,
Cavalgando com todo esplendor,
Imponente,
Num imenso, vasto,
Muito bem cuidado,
Montanhoso campo verde.
E assim que atingisse o topo,
Iria diretamente ao encontro,
De cima de um declive,
Com o melhor momento do dia,
O por-do-sol do entardecer.
Tudo que efetivamente sentiria, enxergaria,
Seria cor,
Luz,
Magia,
Assim como uma alegoria,
Que não se restringiria,
Somente ao Carnaval.
Tal luz, tais cores,
Estariam lá,
Sempre presentes,
Bem na sua frente,
No seu presente diário,
Seu próprio,
Inventado quintal.
#euarenata

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Fala, que eu escuto. E não retruco.



Vamos concordar em algo?
Em discordar.
Eu com a minha opinião,
Você com suas convicções.
Sem um querer empurrar para o outro o que entende como inexorável,
Como razoável,
Como coeso.
Pensar diferente faz parte,
Da diversidade,
Da humanidade,
Afinal, nem tudo precisa ser igual.
Nem deve.
Seja diferente,
Pois inevitavelmente, nunca agradará a todo tipo de gente.
Pensamentos divergentes podem conviver harmonicamente,
Desde que seja respeitosamente.
Sem preconceito,
Sem exclusão.
Todo mundo tende a criar esse tipo de confusão:
Recebi esse tipo de crítica ao dizer que não curtia ver homem usando saia por puro modismo,
Do mesmo jeito que acharia horrendo alguém usar uma melancia na cabeça ou um piercing no joelho.
Não é porque a maioria acha legal, que vou concordar com geral.
Ter opinião própria,
Não é ser impróprio,
Não é estar acima da razão; é externar para o mundo, o seu próprio coração.
Mas o fato de eu pensar assim ou assado,
Não quer dizer que o desrespeite,
Pelo contrário;
Desrespeitoso seria concordar com algo só para agradar,
Ou não te ou me perturbar,
Pois não seria verdadeiro.
Na realidade, estou abrindo toda a verdade sobre mim;
E não existe presente mais transparente do que entregar a alma,
De bandeja,
A qualquer um,
Sem esperar que o outro esteja disposto a concordar,
No que considero ser,
Na minha forma de raciocinar,
Senso comum.
Talvez, em troca, só peça,
Um tiquinho da sua visão,
Um pedacinho da sua audição,
Para me ler,
Me escutar,
Por inteiro,
Sem pré-julgar.
Mas se ainda assim,
Sentir-se no direito ou no dever de apontar tudo o que te faz discordar,
Tente ser leve como o ar,
Sem deixar o fogo se propagar,
Pois tudo que entra em combustão espontânea,
Se queima.
#euarenata 


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Tédio Virtual


Essa é a cara que faço quando olho foto de gente malhando: tédio.
Seria o mesmo semblante se visse um post de alguém escovando os dentes,
Ou passando desodorante no sovaco. Talvez essa imagem me causaria um certo choque. Algo que, certamente, ninguém publicaria. 
Ou do tipo "_Olha que tolete incrível encontrei boiando na privada hoje!" - acho que essa vou morrer sem ver...
Brincadeiras à parte, não faz sentido algum para mim alguém postar assiduamente fotos malhando, se não for caso de modelo fitness ou algum tipo de exemplo de superação física.
Se é algo que o ser pratica diariamente, assim como escovar o dente; então qual é a graça?
Mostrar um abdômen sarado, tipo, mil vezes ao dia? O que teria mudado na nonagésima foto? Mais uma divisão muscular aparente?
Posso já ter curtido fotos desse tipo apenas por curtir a pessoa em si; para ser cordial, fazer média na mídia social...
Mas, na real? Eu realmente detesto.
Não por não gostar de malhar, pelo contrário, acho essencial para o bem-estar;
Não porque estou acima do peso e sinto inveja, nunca. Até porque, a minha genética é esquelética.
Não porque o meu músculo sofre de esclerose, tendo perdido sua memória em algum momento de ócio.
Nem porque tenho vergonha do meu corpo; De mostrá-lo ao léu, publicamente.
Só não vejo vantagem em escancara-lo para qualquer um, a não ser para a intimidade do meu espelho, ou no íntimo, para o meu marido.
Prefiro admirar e exibir outro tipo de conteúdo: a bela e sarada inteligência.
E tem algumas tão fracas e feias hoje em dia...

#euarenata

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Voa, borboleta!


Antes, uma lagarta preta que se transformou num casulo verde,
Ficou por lá, quieta,
Estática,
Por semanas a fio,
Pendurada no teto localizado bem diante da porta de casa,
Dia entrava,
Noite saía,
E o lembrete diário da sua presença nos fazia realizar quase que de forma constante,
Que estamos em constante mudança.
Evolução.
Mesmo parecendo, por vezes, inertes, no mesmo lugar,
Mesmo parecendo nenhum êxito lograr,
O segredo não é reforçar nossas convicções pelo que se vê a olho nu,
Mas com base no que se enxerga de dentro para fora:
Lagartas se tornando casulos,
Que parecem não fazer nada além de estarem pendurados por um fio,
Em direção à vastidão de um precipício sem fim.
Então de repente, quando menos se espera, uma vida brota do que parecia não ter mais vida,
Com asas, preenchidas por desenhos, ousaria dizer, tatuagens, cicatrizes,
Que sempre serão carregadas pela até ontem desengonçada lagarta,
Hoje uma graciosa borboleta, pronta para alçar voo, para onde bem entender.
Mas não é tão simples assim, entende?
A borboleta compreende que para todo grande passo tomado,
Tem que haver preparo,
E toma tempo,
Tanto que assim que renasceu,
Desse jeito continuou:
Estática,
Inerte,
Somente aguardando cada asa fortalecer,
Apenas ansiando pela mágica acontecer,
Até que um dia,
Quando parecia que havia desistido,
Quando ninguém mais acreditava que destemida poderia voar,
Livre...
Ela simplesmente voou.

Só não tem quem perde


Quem me ganha:
Sou muito prestativa,
Muito atenciosa,
Muito amiga,
Muito ciumenta,
Muito leal,
Muito legal,
Muito carinhosa,
Sou mais você,
Mas ainda sendo eu.
Quem me perde:
Sou muito indiferente,
Muito diferente,
Muito radical,
Muito distante,
Muito implicante,
Sou mais eu,
Nem um pouco você.
Quem me conhece sabe:
Sou muito ansiosa,
Muito transparente,
Muito impaciente,
Muito dramática,
Muito confiável,
Muito do bem,
Muito preocupada,
Muito ocupada,
Mas sempre presente,
Principalmente para os que gosto e admiro, Ainda que distante - somente em distância,
Nunca em emoção.
Quem não me conhece enxerga:
Alguém cheia de opinião,
Sendo exatamente como quem me conhece:
Eu mesma.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Baile de Máscaras



Vivemos imersos num baile de máscaras itinerante que se estende muito além do carnaval.
Todos somos de carne e osso, porém poucos são os que encaram seus próprios esqueletos. 
Menor ainda a quantidade que os exibe por inteiro;
Seus demônios, livres de máscaras? Nem pensar!
É o cúmulo do pesar!
Ter que se encarar 
Como é, 
Um ser que efetivamente se importa com o que os outros pensam de si. 
Como abstrair? No máximo, ponderar para não se trair. 
Ao menos, admite-se que realmente se afeta, ainda que insistindo atrás da máscara que não. Que não ouve opinião.
Mesmo que a tenha a pedido.
Que dualidade! Por certo lhe falta personalidade. 
Máscaras são exibidas a todo momento.
São exibidas por natureza.
Urgem por demonstrar o melhor de si. Mesmo que não seja si mesmo.
O segredo está em olhar através delas;
Olhar no seu olhar.
Piores são aquelas que conseguem até a alma disfarçar, 
Por trás de olhares turvos,
Cuja visão acaba não condizendo com a ação do corpo, ou vice-versa.
Falsidade tem prazo de validade.
Mostra clara desconexão entre o ser e o fazer. 
Até certo ponto conseguem se esconder, Mas depois seu lado mais sombrio acaba por transcender. 
E aparecer. 
Por completo, como num papo reto, passando por cima de todos com toda sua dor enrustida.
Escondida para sempre até aquele momento pela absoluta falta de empatia.
Que então o desafia, finalmente fazendo a máscara cair.
E quando ela cai, aí que vem o perigo: todo esqueleto é exibido. 
E todo esqueleto é feio, ainda que toscamente enfeitado pela máscara social.
E se o esqueleto ainda vier acompanhado de uma alma que enaltece ainda mais os seus defeitos, então?
O que fazer?
Digo, sem medo de esmorecer: Assuma! 
Sua imperfeição nessa perfeição deslavada.
De cara lavada!
Somos todos horrorosos por trás desse baile de máscaras criado por nós mesmos.
Se todos assumissem tal feiúra coletiva abstendo-se de apontar o dedo para quem já tomou a brava iniciativa de deixar - o ego - passar batido,
Tudo seria muito mais bonito.
Não há nada mais belo do que uma alma aparente.
Ainda que enfeitada,
Por uma máscara de gente,
Como a gente.
Que se mostra, 
Ainda que usando máscara,
Transparente.