quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Baile de Máscaras



Vivemos imersos num baile de máscaras itinerante que se estende muito além do carnaval.
Todos somos de carne e osso, porém poucos são os que encaram seus próprios esqueletos. 
Menor ainda a quantidade que os exibe por inteiro;
Seus demônios, livres de máscaras? Nem pensar!
É o cúmulo do pesar!
Ter que se encarar 
Como é, 
Um ser que efetivamente se importa com o que os outros pensam de si. 
Como abstrair? No máximo, ponderar para não se trair. 
Ao menos, admite-se que realmente se afeta, ainda que insistindo atrás da máscara que não. Que não ouve opinião.
Mesmo que a tenha a pedido.
Que dualidade! Por certo lhe falta personalidade. 
Máscaras são exibidas a todo momento.
São exibidas por natureza.
Urgem por demonstrar o melhor de si. Mesmo que não seja si mesmo.
O segredo está em olhar através delas;
Olhar no seu olhar.
Piores são aquelas que conseguem até a alma disfarçar, 
Por trás de olhares turvos,
Cuja visão acaba não condizendo com a ação do corpo, ou vice-versa.
Falsidade tem prazo de validade.
Mostra clara desconexão entre o ser e o fazer. 
Até certo ponto conseguem se esconder, Mas depois seu lado mais sombrio acaba por transcender. 
E aparecer. 
Por completo, como num papo reto, passando por cima de todos com toda sua dor enrustida.
Escondida para sempre até aquele momento pela absoluta falta de empatia.
Que então o desafia, finalmente fazendo a máscara cair.
E quando ela cai, aí que vem o perigo: todo esqueleto é exibido. 
E todo esqueleto é feio, ainda que toscamente enfeitado pela máscara social.
E se o esqueleto ainda vier acompanhado de uma alma que enaltece ainda mais os seus defeitos, então?
O que fazer?
Digo, sem medo de esmorecer: Assuma! 
Sua imperfeição nessa perfeição deslavada.
De cara lavada!
Somos todos horrorosos por trás desse baile de máscaras criado por nós mesmos.
Se todos assumissem tal feiúra coletiva abstendo-se de apontar o dedo para quem já tomou a brava iniciativa de deixar - o ego - passar batido,
Tudo seria muito mais bonito.
Não há nada mais belo do que uma alma aparente.
Ainda que enfeitada,
Por uma máscara de gente,
Como a gente.
Que se mostra, 
Ainda que usando máscara,
Transparente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário