domingo, 19 de fevereiro de 2017

Voa, borboleta!


Antes, uma lagarta preta que se transformou num casulo verde,
Ficou por lá, quieta,
Estática,
Por semanas a fio,
Pendurada no teto localizado bem diante da porta de casa,
Dia entrava,
Noite saía,
E o lembrete diário da sua presença nos fazia realizar quase que de forma constante,
Que estamos em constante mudança.
Evolução.
Mesmo parecendo, por vezes, inertes, no mesmo lugar,
Mesmo parecendo nenhum êxito lograr,
O segredo não é reforçar nossas convicções pelo que se vê a olho nu,
Mas com base no que se enxerga de dentro para fora:
Lagartas se tornando casulos,
Que parecem não fazer nada além de estarem pendurados por um fio,
Em direção à vastidão de um precipício sem fim.
Então de repente, quando menos se espera, uma vida brota do que parecia não ter mais vida,
Com asas, preenchidas por desenhos, ousaria dizer, tatuagens, cicatrizes,
Que sempre serão carregadas pela até ontem desengonçada lagarta,
Hoje uma graciosa borboleta, pronta para alçar voo, para onde bem entender.
Mas não é tão simples assim, entende?
A borboleta compreende que para todo grande passo tomado,
Tem que haver preparo,
E toma tempo,
Tanto que assim que renasceu,
Desse jeito continuou:
Estática,
Inerte,
Somente aguardando cada asa fortalecer,
Apenas ansiando pela mágica acontecer,
Até que um dia,
Quando parecia que havia desistido,
Quando ninguém mais acreditava que destemida poderia voar,
Livre...
Ela simplesmente voou.

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