segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Vampiro Ideal



Vampiros. 

Viver eternamente diversas vidas numa vida só. 

Desfilar pelos quatro cantos do mundo a beleza estonteante que lhe é peculiar, diria hipnótica. 

Que enlaça a alma até do religioso mais crente ou do laico mais cético.

 Ser que transborda sapiência das mais diversas culturas. 

O meu vampiro? 

Não é um monstro sanguinário com caninos avantajados exibidos ao esmo. 

O vampiro que idealizo? 

Não suga vida; promete mais vida na vida. 

Ele sabe que pode cumprir com qualquer promessa. 

Ele pode tudo. 

Pois não só lê mentes. 

Ele lê qualquer um, por inteiro. 

E o domina, redigindo você, da forma e na fôrma que desejar, conforme seu bel-prazer. 

Já teve tudo. 

Tem você. 

E ainda quer mais de tudo que ainda resta. 

Sua sede de viver não passa. 

Ela é eterna assim como sua própria existência. 

Tal como sua arrogância. 

A arrogância da juventude. 

A juventude que nunca teme. 

Não sofre. 

Aquela, dona de qualquer verdade. 

A que nunca desiste. 

Talvez se traduza numa espécie de instinto de sobrevivência, a arrogância do jovem. 

Que mantém sua chama quente.

 Fazendo-o seguir em frente.

 O medo? 

Não o abate como com a maioria. 

Que teme perder alguma coisa, alguém. 

O jovem? 

Não tem nada a perder. 

Pois sabe que viverá para sempre, mesmo que em outra vida. 

Assim como o vampiro. 

Que vive o momento, pois sabe que nada além da eternidade o aguarda. 

Pra quê perder tempo com problemas do passado ou ânsias do futuro?

 Nunca. 

Ele simplesmente vive.

 Beija. 

Diverte-se no meio de Garotos Perdidos. 

Se revela numa Entrevista com Vampiro.

 Faz juras de amor eterno, para a bela menina no Crepúsculo. 

Reverencia humildemente a épica perspectiva do Dracula de Coppola. 

Vampiros são mortos que vivem. 

Muito melhor do que muita gente viva que se mata a cada instante. 

Que vive como mortos a vida que poderia viver como vampiros: eternamente presente no presente.

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