sábado, 2 de abril de 2016

Ritual da Passagem


Uma janela se abre, outra se quebra, 

Uma porta se tranca, um portão recepciona,

Um sonho vira pesadelo, constrói-se um prédio,

Uma amizade desmorona, um desconhecido se torna amigo,

Uma água gera vida, um mosquito mata, uma mosca é varejeira, outra de padaria,

Um raio espanta, uma chuva que encanta, 

Um papagaio é Zé Carioca, outro de pirata, 

Um bebê que se encolhe, um indivíduo acolhe, 

Uma oportunidade se aproxima, outra vira a esquina, 

Um sorriso escancara, uma lágrima escorre, um abraço aperta,

Um tapa na cara te deixa em estado de alerta, 

Um beijo acalenta, um amor esquenta, um corredor que vai de encontro com um desencontro, 

A nossa passagem, tão efêmera, silente, nem sempre ciente, de frente para as costas do seu multidimensional destino. 

Confuso? Não seja obtuso.

Somos meros fantoches comandados pelo acaso. 

No palco dirigido por alguém que está além de qualquer desdém. 

É a arte cênica in loco sem direito a ensaios, mas, tão somente, a reações.

Que sejam as melhores, então. #euarenata

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