terça-feira, 26 de abril de 2016

Amizade sem prazo de validade


Que dificuldade fazer uma amizade, que seja de verdade. Daquela que dure para toda a eternidade. 
Não se pode negar que, hoje em dia, amizade possui prazo de validade. 
Li outro dia que, na atualidade, a maioria das amizades duram, em média, de cinco a sete anos e considere-se afortunado se você, por um acaso, se enquadrar nesse caso. 
Tal fato empírico me levou a fazer uma retrospectiva das amizades que adquiri ao longo da vida, e olha que as minhas experiências pessoais infelizmente não ficaram muito distantes de dita realidade. 
Seja porque alguém mudou de cidade, seja porque a amizade resistiu apenas à mocidade; seja porque acabou em briga, seja porque a distância afastou a relevância da até então aparentemente inabalável amizade, fato é que, salvo raríssimas exceções que limitam-se à quantidade de dedos que possuo em uma das minhas mãos, grande parte das amizades caducou com o passar do tempo. 
Para se cultivar com excelência uma amizade ativa, ela deve ser produtiva; produzir ações e reações de ambas as partes. Embora tal conceito constitua uma fórmula irrefutável para o sucesso, nunca será possível padronizar a amizade. 
Existem aquelas amigas que muito embora não se tenha contato frequente, há a certeza de quando se encontram novamente, nada será diferente. Essas são o tipo de amiga, que sem esforço, se cultiva a perder de vista. 
Existem as amigas vampiras, aquelas que sugam até o último resquício de emoção do seu âmago, boa ou ruim. Parecem sombras que vivem para querer criticar e viver por você. Esse tipo de amizade não deveria durar nem um ano. Mas o problema é que são tipos tão perspicazes e manipuladores, que você só se dá conta do quanto te sugam, quando a amizade já fincou as suas raízes no seu seleto corredor de árvores da amizade. Não hesite; corte esse mal pela raiz. 
Amizades devem agregar e não afundar. 
Em contraposição, há a figura da amiga- irmã, aquela irmã de coração, muitas vezes mais próxima do que a própria irmã de sangue. São anjos disfarçados de amigas, que só te querem o bem. Esse tipo de amizade deve se carregar até o além. 
E privilegiado é aquele que possui mãe-amiga, pai-amigo, avós-amigos. Note que a vertente co-sanguínea não vem, à toa, como prefixo da palavra "amiga(o)". Antes de ser amiga(o), mãe, pai, avós têm a obrigação de educar. E educar é ser exemplo. Veja que, não é "dar exemplo", é ser o próprio exemplo. Devem priorizar o relacionamento ascendente-descendente acima de qualquer camaradagem. Senão, qual seria o propósito fundamental de ser mãe, pai e avós? Já amigos não podem interferir na sua pessoa, nem devem. 
Amigos não podem se tornar tiranos. Ser amigo é um se espelhar no outro, em alguém que te faz bem.
Amigo é ombro amigo, e fica rouco de tanto ouvir. Amigo é sinônimo da mais pura e legítima diversão. Amizade é tudo de bom. Mas para ser duradoura, tem que dar um duro danado. E não é que vale a pena tentar? Nem que seja por meros cinco anos. #euarenata

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