quinta-feira, 21 de abril de 2016

Honestidade à flor da alma


Navegando pela internet acabei me deparando com uma frase a qual atribuía à honestidade um valor precioso, pregando, entretanto, que para se ser honesto, o preço a ser pago é alto. 

Concordei com o conceito, entendendo, entretanto, que a honestidade, na realidade, não tem preço. Na minha visão, honestidade, vem de graça. 

É algo que deve ser inerente à essência humana. 

Ser honesto. Agir de forma honesta, principalmente, quando não há ninguém testemunhando os seus atos. 

É retirar os óculos do orgulho, e encarar tudo de frente, honestamente. Há uma diferença entre ser honesto, ou seja, digno, bom, e se portar de maneira franca e espontânea. Estou me referindo à dúbia sinceridade.

Não  é sempre que podemos ser sinceros - embora esteja fincando os dentes na minha língua ao afirmar isso, já que sou praticamente desprovida de filtro. 

Não posso, simplesmente, dizer que o meu chefe está totalmente enganado, ou declarar que a minha amiga está obesa. Sinceridade em demasia beira a antipatia. 

Para isso existe o trato social. Um componente que impede o bolo do convívio com pessoas em geral, solar ou queimar. 

Nessa hora temos que colocar os nossos óculos da vaidade de volta e tentarmos ser menos naturais, o que absolutamente não significa que estejamos sendo desonestos. 

Tudo se resume a agir de maneira honesta-consciente, pois as pessoas têm consciência, que pode ser profundamente abalada com o menor comentário franco demais.

O chefe fez algo de errado? Por que não evitar de ser demitido, e recomendar, então, uma nova opção ao invés de dizer que ele causou um problemão? A amiga questionou se está gorda? Por que não evitar de magoa-la, e ao invés de tocar diretamente no assunto, sugerir que ela se exercite, sustentando que isso certamente a fará se sentir bem com ela mesma? 

Assim, mantém-se o emprego e amiga. E prega-se a cordialidade, que também não custa nada. Tudo, sem ser desonesto. 

Porque a desonestidade sim, essa é cara. Ocultando a sua cara. Carregando o fardo de uma consciência pesada. De uma vida armada. 

É um preço muito caro a se pagar. É viver na prisão de uma dívida eterna do poder enganar os outros menos a si mesmo. E só a honestidade liberta, meu caro. #euarenata

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