quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Os dois lados de um sentimento



Hoje ando devagar, pois já tive muita pressa.

Ostento esse sorriso, pois já derramei muitas lágrimas.

Na vida, tudo é uma questão de viver de extremos, fugir do limbo.

Sentir toda dor, todo o amor.

Sair de si, se reencontrar.

Então surgem os caprichos.

Capricharam tanto na gente,

Somos milagres transeuntes, 

Agraciados com a chance singular de viver essa vida única...

Ainda sim, existem tantos que ao invés de capricharem na sua constante evolução, parecem regredir ao primeiro obstáculo. Por puro capricho.

Que desperdício!

Tantos almejando terem preocupações ínfimas, quando os que não têm nada a se preocupar, parecem se inquietar com a plenitude.

Onde há insatisfação crônica, ao contrário do que se possa interpretar, traduz-se na ausência de perseverança, eis que esta pressupõe ter a certeza do êxito.

O insatisfeito patológico nunca se colocará numa situação de comparação interior, para saber ao certo que sensação escolher, já que prefere seguir o caminho do sempre encarar tudo sob o manto da ótica enferma.

Mórbida.

Infelizes que sustentam sorrisos evasivos. Nunca entenderão a tal felicidade.

Pobre achar que rico é o que acha que sabe de tudo.

Pois quem sabe mesmo, busca sempre saber mais do que nunca soube por inteiro.

Só temos certeza que se estamos nesse plano, é porque temos ainda muito a aprender.

Não se ensina alguém a ser feliz.

A andar devagar.

A pensar antes de falar.

A se calar quando não tem nada de bom a agregar.

Isso tudo se aprende vivendo na pele que cobre uma alma repleta de cicatrizes.

Curadas por algo maior que a felicidade.

Algo que ainda há de ser definido.

E aprendido, com muito capricho.

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