quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Finalmente, o fim de uma era



Se tem algo que aprendi: não dê ouvidos para ninguém além do seu próprio instinto (maternal).

Criança não foi feita para ser comparada.


Cada qual com seu temperamento, progresso, mania.


E ninguém melhor do que a própria mãe para identificar qual é o momento oportuno para se colocar determinada atitude em prática.


Vamos aos fatos: desde que o Lucas completou 2 anos de idade, passei a ouvir sermões quase diários que o menino deveria abandonar a chupeta. Das mais diversas pessoas, se embasando nas mais infindas justificativas.


Perguntem se eu me incomodei com o que tanto parecia incomodar os outros?


Lucas simplesmente não estava preparado para largar o seu precioso consolo - afirmava meu instinto.


Ele teve que usar chupeta desde que nasceu, pois era isso ou a mão inteira de uma vez só, na sua minúscula boca.


Como se livrar desse vício depois? Cortando a mão?


Então dá-lhe chupeta!


Ficar com o dente torto? O pai dele e eu tivemos que usar aparelho. Ele só escapará dessa por um milagre.


Ficar mais velho usando chupeta? Com o Lucas, tudo aconteceu no seu tempo. Na base do diálogo. Por que seria diferente ao largar a chupeta?


Passar vergonha? Deixe ele se sentir envergonhado para ele, então, resolver largar. Eu nunca irei sentir vergonha do meu filho ou por ele.


Então chegou a hora: há um tempo começou a afirmar, por conta própria, que daria a chupeta para todos os tipos de personagens: Papai Noel, Minion. 


Por diversas vezes jogou a chupeta longe, numa de demonstrar que não precisava mais dela. Só que meia hora depois, pedia ela de volta. 

Senti que ele estava suplicando nas entrelinhas: se livre dela para mim.

Ontem seguiu o mesmo padrão. Dessa vez, o meu instinto me mandou agir.


 Peguei a chupeta e disse que iria enterra-la no jardim para ela virar uma flor azul - da cor da chupeta. Ele super se animou. Mas depois a pediu novamente. 

Fui firme: disse que, à essa altura, ela já tinha virado semente. Chorou, como qualquer um em luto. Mas dormiu bem. 

Acordou choroso, com saudade da chupeta. O consolei, prometendo um presente em troca do gesto heroico. Sorriu, orgulhoso.

Eu, mais ainda. De nunca ter duvidado do tempo dele.


 #euarenata

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