quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Caleidoscópio da Vida


Como seria adorável pausar um dia desagradável e enxergar através das suas lentes distorcidas tudo o que eu gostaria de distorcer.
E não ser mais aquele ser.
Simplesmente ser.
Num girar das suas lentes conseguir apagar tudo que me fez amargurar num minuto infinito.
Que passa num piscar de uma arrastada eternidade, me contaminando com todo tipo de enfermidade.
Tudo bem.
Contorço o seu dorso e pronto: começo a sentir diferente, observar diversamente, dentro da minha mente, pois a imagem que imaginava apreciar, já não dá mais o que falar: passou, mudou o figurino.
A figura anterior, se tornou obscura, abrindo as portas para uma nova figura.
Da cura.
Da resiliência.
De uma alma partida, um coração dilacerado, um amor cego.
Tão desprovido do dom da visão quanto um morcego na claridade, que se guia pelo seu próprio instinto, animal.
Visceral.
Uma vida vivida à prova de fogo, mas nunca de engodo.
Que sempre te engana, te atrasa, te atrai para a utopia do ai se fosse assim, mas não é.
A ciranda do caleidoscópio não permite a inércia do achismo; te conduz para a realidade da verdade que nunca será de verdade.
Basta um simples girar de lentes e o foco passa a ser diferente, naturalmente.
De certo um emaranhado de intrigas e oposições camufladas entre os olhares projetados pelo próprio caleidoscópio que te força a encarar todas as direções, não te permitindo ater a nada em específico, pois seria nada, afinal.
O desvirtuado caleidoscópio da vida.
#euarenata

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