quarta-feira, 14 de setembro de 2016

BFF


Tenho a melhor amiga de todas. 
Ela me compreende. 
É sincera. 
Transparente. 
Às vezes, um tanto quanto deprimente. 
Carente.
Conversamos muito, de tudo um pouco.
De nada, muito.
Nós nos observamos sempre tentando enxergar de verdade as necessidades de cada uma.
Uma, muito sensível.
Cautelosa nos seus pensamentos.
Outra, forte.
Ousada nas atitudes.
Quer dizer, entrega sem constrangimento a sua melhor amiga: ao menos, "se faz" de forte.
Mas no fundo, é tão frágil quanto à melhor amiga que tanto critica.
Briga.
Só que como se declara extrovertida, de bem com a vida, não pode dar o braço a torcer.
Sua amiga, já introvertida, não tem nada a esconder.
Pois ela internamente já é o seu próprio exterior.
A outra, aparentemente é muito exigente.
Especialmente consigo.
Se preocupa com tudo.
Muito mais com os outros.
Principalmente em manter as aparências.
A sua melhor amiga entende.
Pois nem todo mundo compreende o que é ser verdadeiro de verdade.
A outra se ressente com o que sua melhor amiga sente.
Muitas vezes tão melancólica.
Talvez por nada.
Talvez por tudo.
Mas a outra dá um basta em toda essa babaquice melodramática e trata de estampar o rosto com um belo sorriso.
Muitas vezes, sincero.
Outras tantas, amarelo.
O sorriso não contagia?
E como a sua melhor amiga não é fingida, se está triste, fica angustiada.
Se está feliz, fica em êxtase.
Se pede perdão, é porque sente muito.
Se perdoa, é porque sente mais ainda.
A outra?
Por mais amiga que seja, vive tentando mudar a sua melhor amiga.
Pois sabe que transparência em excesso, que nem espelho?
Um dia quebra.
#euarenata


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