sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Amor Vampiro


"Nenhum espaço de tempo com você seria suficiente... Comecemos com o "para sempre" (do filme Amanhecer - Saga Crepúsculo). 

Para sempre. 

Eternidade. 

Imortalidade. 

Do amor.

Sim, tal frase de impacto não poderia ter vindo de outro longa-metragem, senão de um sobre seres místicos como vampiros. 

Dita pelo apaixonado Edward Cullen, na cena utópica a qual retrata o casamento entre tal imortal e sua Bella mortal. 

Só de mencionar essa pitoresca combinação já se pressupõe que uma das partes não irá ficar com a outra para sempre, se levarmos em consideração tão somente a questão da mortalidade. 

Ou da imortalidade. Depende de que papel tal figura esteja executando no filme. Romântico, porém, de ficção. 

Gênero, que, até onde sabemos, retrata algo que não existe. Ou seja, é tudo mentira. 

E o que acontece, então, de verdade, na vida real? No casamento entre dois mortais?

Juras de amor eterno? 

Olhares em combustão se encarando com constante paixão? 

Admiração mútua que não envelhece, em parceria indissolúvel? 

Cumplicidade infinda? 

Fidelidade infinitamente inabalável? 

Amor interminável? 

Imortal? 

Como um vampiro? Que para conseguir viver precisa sugar vida. 

Então simplesmente me faz refletir que tal amor pungente, "caliente", que supostamente deveria durar para todo o sempre... Não existe. 

Quer dizer, existe sim, em filmes como os do "Crepúsculo". 

Que românticas incuráveis como a ré confessa que vos fala, insistem em assistir trocentas mil vezes, visando reforçar a crença de que o amor imortal... Existe. 

Só precisamos procurá-lo diariamente dentro da gente. E aplica-lo constantemente. Amor próprio e alheio. 

É difícil, concordo. Quase que viver sob negação, dentro de um roteiro de ficção. 

O tempo? Faz o amor ficar senil. 

O para sempre nem sempre se compromete eternamente.

Mas assim como o vampiro, o amor deve se alimentar de algo quente e vermelho. 

Deve ser alimentado com mais amor. 

E com a crença diária de que ele não é suficiente, se não durar para sempre. 

Pois se não durar, é porque nunca foi amor de verdade. 

Só de ficção.

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