terça-feira, 21 de junho de 2016

Vida de filme


Filmes possuem algo que peças de teatro não têm: a visão do personagem capturada de dentro para fora.

Como se estivéssemos usando binóculos conectados diretamente à alma, somos capazes de incorporar qualquer cena em consonância com o ritmo que a trama se desenvolve, geralmente mais pausada que uma interpretação no palco.

Podemos respirar na velocidade do protagonista, passear pelo jardim mais bucólico nos pés do coadjuvante, amar na intensidade da sua acompanhante, ou viajar nas asas de um pássaro figurante.

Filmes nos transportam para uma realidade não tão distante da nossa própria realidade, claro, com a desculpa de poder empregar hora ou outra a tão surreal "licença poética", conceito este onde se enquadra tudo que, a princípio, seria considerado irreal se comparado ao que efetivamente acontece na prática.

Nos filmes tudo pode, com a vantagem de quase sempre tudo terminar bem, para a maioria do elenco. Digo "quase sempre", pois nem sempre é possível interpretar a mensagem final de um filme, de forma uníssona.

Em muitos casos termina de um jeito que só nos resta digerir vagarosamente as nossas conturbadas suposições imersas num clima absolutamente inquisitivo, no estilo "hein?!", concedendo espaço para a nossa mente conceber inúmeras indagações do tipo "É isso? Acabou?". "Mas já?".

E sim, meu caro, sinto-lhe informar que... Acabou. Como em algumas ocasiões na vida, existem filmes que não fazem sentido algum.

Mas os filmes terminam e a vida continua. Com ou sem sentido.

Cabe a você determinar o sentido que quer dar à sua própria vida. E com o benefício de não saber ao certo quando será o seu final.

Por isso não deixe o pouco ou muito tempo que lhe resta, simplesmente passar sem cor, sem direção, sem sentido. Pois corre-se o risco de deixar a sua vida totalmente sem sentindo, como no final de um filme mal acabado.

Faz sentido? #euarenata

Nenhum comentário:

Postar um comentário