sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Relação de amor e ódio


Do corredor de palmeiras imperiais travada dentro de um carro empacado num trânsito homérico, eu lhe avisto, tímido, de perfil, quase imperceptível no meio de tantas nuvens. A cidade carente e abandonada como milhares de meninos de rua que existem por aí o engoliu, não por necessidade, mais por vergonha de não corresponder o seu eterno abraço sobre nós. A ignorância, por falta de escolas, dentre outras carências emocionais e educacionais, nos fez olvidar o princípio mais embrionário pregado por ti, injustamente pregado na cruz: que somente o amor liberta. Salva qualquer um de todo o mal. Estamos sendo crucificados por um lugar acometido por violência, falta de saneamento básico, saúde, transporte; os políticos estão conseguindo ofuscar toda a beleza da cidade que já foi maravilhosa, mas que hoje se encontra em polvorosa. Rio estarrecida de tanta tristeza, por todo o potencial do Rio que está sendo desperdiçado. Estão cavando a cova do Corcovado. Daquele que tão bem representa a imagem do Rio, que é mais uma miragem num oásis de poucos. Então me deparo com essa visão no meio da poça de lama de problemas na qual  estamos aos poucos nos afundando e consigo, ainda assim, parar para pensar que o Rio de Janeiro continua lindo. Ferido, porém, lindo. #euarenata

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