sexta-feira, 10 de março de 2017

Quem procura, nem sempre quer (se) achar...


Me procuro,
Onde ninguém me acha de verdade,

Além de mim mesmo,
Que se esconde,
Por trás de todo tipo de sonho,
Delirio,
Percepção,
Decepção.
Me escondo na armadilha do âmago, local que me acolhe de braços abertos,
Porém, onde muitas vezes prefiro não me achar,
Deixar para lá,
Pois para se encontrar,
Tem que fazer as pazes consigo mesmo.
Levantar aquela bandeira branca,
Sinal de rendição.
Tão difícil se render ao acaso...
Mas o momento oportuno do meu próprio momento finalmente chega,
E me rendo!
Assim acabo por me encontrar,
No meio do nada,
Dentro de tudo que nem imagino,
Pois já me disseram que a maior parcela de nós é constituída de 95% inconsciente.
Apenas 5% de nós mesmos é efetivamente localizado,
Experimentado,
Exposto,
De forma consciente.
O restante da parte mais expressiva de nós,
É absolutamente visceral.
Somos, muitas vezes sem realizar de fato,
A soma de todas as angústias sentidas,
Amores não correspondidos,
Traumas vividos,
Vitórias eventualmente alcançadas,
Que se escondem desde sempre no limbo da nossa existência,
Dentro do maior pedaço - inconsciente - de nós mesmos.
Perdido, sem direção, no fundo das nossas mentes.
Não somos apenas um ambiente habitável dentro de todo o espaço sideral, formado quase que inteiramente por água,
Somos organismos vívidos compostos quase que em sua totalidade,
Por algo tão fluido,
E incontrolável como o elemento água,
Porém, intangível,
Quase que extinto em muitos,
Em abundância nos demais...
Somos emoção pura,
Retida no ser mais impuro de todos,
O humano.
Fácil de encontrar,
Em qualquer lugar.
Difícil de localizar,
Algum que assuma ser - simplesmente - assim,
Pura emoção.
Ainda que escondida,
Inconsciente.

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