Já tiveram o privilégio de assistir o longa-metragem belga "O Novíssimo Testamento"?
Uma comédia cujo roteiro é tão ousado, tão original, que prende a sua atenção, sem o mínimo de esforço, do início ao fim?
Uma estória que representa um belo tapa com luva de pelica - abordada de uma maneira absolutamente sarcástica e cômica - na cara de todos que acreditam piamente ser Deus o culpado de todos os males.
Porque o homem sozinho não pode assumir a culpa pelas suas próprias escolhas e derrotas, né?
Enfim, deboches à parte, o filme gira em torno de um conto surreal no qual Deus, o tirano em pessoa, estaria vivo, morando num apartamento módico em Bruxelas, com sua mulher - uma deusa submissa de aparência caricatural, que não contraria em nada o marido, por simplesmente "temer a ira Deus" - e com a sua filha - isso mesmo, a irmã de "JC", apelido descolado dado a Jesus Cristo - que ao testemunhar todas as atrocidades praticadas por Deus contra os homens, executadas com maestria através do seu próprio computador, resolve, após levar uma surra do pai por te-lo desobedecido, fugir de casa.
Porém, antes, entende que deve acabar com a "credibilidade" de Deus perante os homens. Então ela invade o tal computador, no momento em que encontra Deus apagado, embriagado no sofá, e envia, num simples apertar de botão, as datas de mortes de toda a população para todo mundo.
É quando o filme atinge o seu ápice: imagine o semblante das pessoas recebendo instantaneamente tal informação, tão estarrecedora, via torpedo?
É com base nesse episódio que a narrativa se desenrola, qual seja: se Deus não tem mais "controle" sobre sua vida, já que você sabe exatamente a data da sua morte, por que continuar se amparando nele?
Deus ficou irado com a "traquinagem" da filha. E então sai em busca dela jurando vingança.
Sobre o resto do filme? Assistam.
Mas a respeito da pergunta que não quer calar: o que você faria se descobrisse que iria morrer em questão de meses, ou poucos anos?
Mudaria o seu estilo de vida, ou continuaria exatamente assim? #euarenata #onovissimotestamento #melhorfilmedetodos #oscardefilmeestrangeiro2016