domingo, 8 de janeiro de 2017

Inspirar algo além de ar


Inspirar. Algo além de oxigênio para suprir as necessidades biológicas dos pulmões.
Estou me referindo a inspirar-se, com algo subliminar.
Inspirar-se em alguém.
Colocar para dentro debates concatenados, fantasias, afeto.
Há tanta coisa que me inspira por aí...
De Charles Chaplin, Oscar Wilde e Cora Coralina,
A gargalhadas de crianças, nuvens navegando aos sete céus e ondas do mar.
Cores. Como aprecio tudo que irradia algo com cor.
Pinturas,
Fotografias,
Filmes,
Sonhos.
Já me perguntaram uma vez como eu colocava a minha inspiração através da escrita, em prática. 
Imaginavam o óbvio: que formulasse um texto e, em seguida, buscasse publicar uma imagem que combinasse com o tema abordado, isso tudo, lógico, sentada à mesa, de frente para o computador. 
Só que não. 
Costumo tirar fotos aleatórias. Várias delas.
Aí a inspiração vem, ao observá-las.
Na mesma ocasião ou não.
Detalhes embutidos no que está sendo focado, fazem a minha mão se mexer e os dedos simplesmente fluem, digitando freneticamente em qualquer lugar.
Podem ser fotos do dia ou de meses atrás; já escrevi fazendo bicicleta ergométrica em academia abarrotada de gente, no carro, estacionada num canto qualquer, ou enquanto estou comendo algo.
Enfim, não existe empecilho que me impeça de colocar pra fora tudo que está passando intensamente pela minha mente.
Acredito que inspirar-se é presentear-se com a energia mais restauradora de todas: a gratidão.
Quando se inspira, se sente feliz e, por consequência, grato.
Insisto nessa tecla da gratidão, eu sei. 
Mas por um simples motivo: 
Quando se adquire a habilidade de agradecer por tudo que se tem, e por tudo que ainda não se tem, mas que um dia certamente virá;
Aprende-se que nada é impossível,
para quem crê sem ver.
Passa-se a realizar, que tudo é possível com a gratidão, vinda através da inspiração.
Que está em todo canto, prestes a ser inspirada por qualquer um que se permita expandir algo muito mais desafiador que seus pulmões,
Seus próprios horizontes.

Dê-se tempo. Ganhe saúde.


Quem tem saúde,
Quem tem tempo,
Pode até não saber,
Mas tem tudo.
Quando se tem saúde, se tem mais tempo,
De vida,
Com qualidade,
Com disposição,
Para fazer de tudo um pouco dentro do seu tempo,
Sem olhar para o relógio,
Biológico ou de parede,
Tempo para apreciar o nada,
Que, na realidade, é tudo.
Tempo para viajar,
Pintar o sete.
Encontrar amigos,
Estar em família.
Se tem tempo,
Cuida-se da saúde,
Mental e física.
Tempo ocioso, para não pensar em absolutamente nada, apenas se permitir desligar.
Tempo produtivo para trabalhar dentro do tempo que não tire a saúde do seu tempo.
Que deve ser aproveitado ao máximo.
Para ser dormido.
Descansado.
Para se acordar com calma,
Levar o dia com tranquilidade,
Para ser educado,
Raciocinar,
Sopesar,
Escolher o que se come,
Mastigar devagar.
A saúde agradece por esse tempinho despendido em você,
Na sua prole,
No seu amor. Próprio e pelo outro.
Tempo para falar sim à saúde.
Para dizer não à falta de tempo.
Tempo para passar o tempo vivendo, com saúde. Nunca sobrevivendo.
Tempo de presente para não ter que se preocupar com o tempo que passou, porque tudo que você tinha que fazer, fez, sem arrependimento.
Pois só nos arrependemos daquilo que tínhamos escolha. E acabamos não fazendo exatamente daquele jeito que realmente desejamos, ou por falta de coragem, de saúde, ou de tempo.
Obstáculos criados por nós mesmos, dentro de tantos caminhos oferecidos, percorridos.
Temos que aprender a administrar o nosso tempo,
Para investir na nossa saúde.
E nunca mais perdermos tempo.
Com qualquer tipo de pretenso arrependimento.#euarenata

Vem 2017!


Um brinde a 2017!
Com vinho, da cor do sangue.
Que corre nas veias de todos, pois somos todos iguais.
Cada qual, o reflexo de cada um.
2016 pode ter sido péssimo para muitos. 
Ainda que seja tachada como atrevida, posso afirmar que 2016 foi bom.
Aliás, foi ótimo.
Pois como qualquer outro, foi mais um ano de vida presente na minha vida.
Com saúde, acima de tudo.
Na companhia de família e amigos.
Imersa em paz de espírito.
Poderia pedir mais?
Apenas que 2017 seja tão bom ou melhor quanto. E sei que será.
Pois a cada ano, por pior que seja alguma experiência vivida, todas as outras boas neutralizam essa única ruim.
Só de estar respirando,
Só de estar andando,
Só de estar aqui...
Só de poder escutar o dia amanhecendo através dos pios dos passarinhos que madrugam...
Bem que te vi, bem-te-vi... Me encarando do alto da amendoeira, do canto da janela, como sempre;
Bom te ver.
Incrível enxergar de tudo um pouco, em tudo.
Sentir cada instante inspirado, expirando.
Relaxar com o canto das cigarras ecoando pós chuva de verão.
E o cheiro de terra molhada? A cara da estação.
Sentir calor. Amor.
Estar livre! Para ir e vir.
Pensar no que quiser.
Expressar o que bem entender.
Um brinde a cada célula do nosso corpo!
Cada uma delas, executando com maestria, em sinergia com as demais, seu papel fundamental para o efetivo funcionamento de todo um organismo.
Se o mundo fosse assim, hein? Cada um exercendo o seu papel de forma eficiente, em prol do coletivo?
Doce utopia, eu sei.
Podemos até não ter capacidade de mudar tudo que é preciso mudar.
Só que temos a habilidade de mudar cada pedacinho de nós mesmos, para mudar o que for preciso.
E criar o nosso próprio novo ano.
Um viva para 2017, que talvez será igual a 2016.
Ótimo, então!
Que 2017 seja incrivelmente comum como qualquer outro ano.
No entanto, um milagre vivido a cada dia, como todos os demais.
Vem com tudo 2017!
Se faça presente para podermos desembrulhar esse presente com todo o deslumbre!
Afinal, o que é o ano novo senão mais um instante que acabamos de ganhar, de novo?
Então brindemos a mais um instante, minuto, hora, mês, ano.
Novo.
#euarenata

Pingúfio


Intimidade de verdade vem com a idade.
No começo, até achamos que estamos nos entregando aos outros.
Ledo engano.
Entregamos tudo, menos a nós mesmos.
Nunca, o íntimo.

Intimidade intimida.
O que entendemos ser intimidade, é mero deslumbramento, fogo de palha, paixão que se esvai ao primeiro desvio de pensamento.
Ficar nu não é intimidade.
É apenas um corpo, desvendado por baixo das roupas, como tantos outros.
Uns mais sarados, outros, mais relapsos. Não importa, são pura matéria.
Como todos os outros, tratam-se de mera blindagem da essência de tudo; nossa alma pelada.
A intimidade, vem com o amor.
Principalmente, por si mesmo.
Quando nos amamos, não temos vergonha de sermos excêntricos, rir daquele jeito esquisito, ou comer daquela forma engraçada.
Não fazemos joguinhos, não esperamos o momento certo para dizer "eu te amo".
Se sente que se ama, e se diz, naturalmente. Frequentemente.
A todo momento.
Intimidade aproxima.
Conecta pessoas.
Da forma mais profunda e desnuda.
A intimidade é o principal alicerce das almas.
Por vezes, nos deparamos com o vazio automático das distrações rotineiras, trabalho, filhos, demandas mil do dia-a-dia. E até passamos a nos questionar se a intimidade antes tão presente na nossa intimidade, ainda estaria por ali.
Ou se teria se despedido sem ao menos dizer adeus. Sem ao menos termos percebido.
Mas não se iluda; não se deixe perturbar.
Pois se o amor existe,
A intimidade sempre irá te procurar. E te encontrar.
Onde sempre esteve, sim, por algumas vezes, escondida. Mas nunca desaparecida.
Nas ocasiões mais inesperadas.
No sono a dois.
Num pôr-do-sol testemunhado juntos.
Numa conversa amiga. Entre eternos amantes.
Como pinguins que quando encontram seu respectivo par, se juntam para sempre.
De todos que conheci,
Apenas em você me reconheci.
Meu pinguim.
Pois somos duas almas ligadas,
Pelo nosso amor,
Através da descoberta e sempre redescoberta,
Intimidade.
#euarenata
 

Então é Natal


A vida é feita de momentos,
Batimentos,
Pulsações,
Palpitações,
Emoções.
Principalmente, sensações.
Sentir-se amado,
Sentir-se prestigiado,
Sentir-se perdoado,
Sentir-se acolhido,
Sentir-se feliz.
Podendo, então, ter o privilégio de compartilhar todo esse seu íntimo explicitamente com o mundo, entre amigos que ao mesmo tempo são família ou vice-versa, é ganhar na loteria sem precisar apostar em nada além da força resiliente do amor.
Como não se sentir amada ao se deparar com alguém que doou alguns minutinhos do seu presente, para escrever palavras tão comoventes, para te dar de presente?
Um pedacinho da sua alma.
Da sua atenção.
Do seu sentimento, por você.
Me presenteou com um belo momento.
Um afeto eternizado.
Mais um fabuloso enfeite para ornamentar a árvore das minhas lembranças.
As posses que realmente importam; as únicas que se transportam para qualquer lugar, qualquer dimensão, sem o peso do apego.
Afinal, o que seria o espírito natalino, senão tornar pessoas mais próximas espiritualmente, principalmente?
Tudo isso materializado num pequeno gesto que representa um feito tão grande: um lindo cartão de Natal.
Porque nunca, nada será maior do que o amor materializado nas ações do dia-a-dia, corroborados pela escrita.
Obrigada, cunhada querida, Letícia Araujo, por me presentear com algo tão tocante, que fará parte da minha vida, com muito carinho, a todo o instante! 

#euarenata

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Ligeiramente "hater"

Coisas que odeio:
- Lembrar que tenho que escovar os dentes quando já estou deitada, quase dormindo;
- Trânsito;
- Não poder mexer as mãos assim que faço as unhas;
- Revezar aparelho na academia. Ok. Super egoísta da minha parte. Mas detesto!
- Se alguém puxar papo comigo assim que levanto. Posso até ter acordado bem, mas fico num mau humor tremendo se a pessoa resolver insistir na conversa;
- Gente pegajosa. Ui!
- Gente que se faz de vítima. Detesto!
- Gente que fala "a nível de". Arrepio!
- Porco que joga lixo nas ruas. E não estou me referindo ao bicho;
- Malandros que furam filas, ou andam de carro no acostamento. Me tiram do sério;
- Lei Seca. Não por apoiar bêbados ao volante, mas por entender que todos os serviços públicos deveriam ser tão eficientes quanto;
- Assistir noticiários. Só tem violência, corrupção e morte;
- Gente que maltrata crianças e animais. Não tem nada que me faça perder mais a cabeça do que isso;
- Mentira, desonestidade, gente sonsa;
- Quando troco de bolsa e percebo que o meu cartão de débito/crédito ficou na anterior, bem longe das minhas compras;
- Gente que não é deficiente nem idoso estacionar em vagas do tipo;
- Aqueles garotos que fazem malabarismo nos sinais. Me sinto trafegando por vias com pedágios opcionais infinitos;
- Pagar IPVA, OAB, IRPF, tributos e taxas em geral, aqui, neste País em que quase nada é revertido para os cofres públicos;
- Passar por viaturas que andam com janelas escancaradas e artefatos bélicos em riste;
- Impunidade. Daí odiar tanto o Brasil;
- Encostar em gente suada. Se for fedida, então... Eca!
- Dar descarga numa privada entupida. Surto!
- Bullying. Sou capaz de agredir quem pratica bullying;
- Preconceito ou covardia de qualquer espécie. Abomino!
- Gente que se mete em tudo que você fala ou faz, principalmente, se a sua opinião não foi solicitada;
- Desordem. Sou muito organizada em tudo;
- Falar com alguém que nitidamente não está prestando atenção;
- Chegar atrasada;
- Política. Existe assunto mais chato?
- Gente que conta todos os detalhes de tudo que aconteceu num fato que poderia ser sintetizado em 3 minutos e a pessoa leva três horas para terminar. Chego a infartar!
- Odeio odiar.
#euarenata


Out-análise


Costumo fazer muita "out-análise". Não, a digitação não saiu incorreta. Quer dizer, sim, faço diariamente auto-análise. Creio ser fundamental se conhecer, estabelecer limites, metas, se entender melhor, para poder se tornar um indivíduo mais evoluído.
Mas também tenho o forte hábito de analisar todo meu exterior.
Chamo de "out-análise". Análise de fora, do "pra fora."
Procuro desvendar os sentimentos mais truncados que alguém tente passar, sem que perceba o quão artificial está agindo.
Para manter as aparências, tem gente que sustenta qualquer bandeira. Mesmo que furada.
Acaba sendo uma furada.
Sujeitos que ditam algo inversamente proporcional ao que a sua linguagem corporal está proclamando.
Alguns até conseguem passar ilesos dessa explícita desconexão entre mente e corpo. Seres articulados demais, até, dissimulados, quiçá.
Mas quem se enquadra na média, se denuncia, já que existe uma janela que nunca se fecha: a da alma.
E por mais que o indivíduo insista ser o maioral, seu olhar vazio o desmente.
Por mais que declare ser referência em matéria de confiança, sua energia diz exatamente o contrário.
Por mais que grite ser uma inabalável fortaleza, seu espírito chora, suplicando uma trégua na eterna encenação de gladiador.
É aquele que certamente chora pelos cantos para ninguém testemunhar, pois entende que é algo para se envergonhar.
Só que não. A alma precisa chorar, para se lavar e se renovar.
Pratico a out-análise não com o intuito de desmascarar publicamente sentimentos escancaradamente encobertos.
Aprendi que mais vale um aparentemente errado feliz, do que um forçado sabe tudo, só.
Finjo não perceber a ilusão que a pessoa tanto se esforça em pregar, cheia de razão. Tentando aprimorar a empatia pelo outro, independente de ter ou não razão.
Não quero provar o meu ponto.
Ou ser a melhor.
Nem confrontar alguém que sofre calado.
Quero respeitar.
Aprender a mudar o jeito de interagir com quem acredita que não precise mudar.
Mudemos pela pessoa.
De fala muda, que grita no vácuo da sua solidão interior, por atenção.
Solidários, sejamos o seu ouvido surdo. Rouco, de tanto escutar.
Observe, é só isso que o seu corpo confuso pede: de fora pra fora.
#euarenata