segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Nikita


Mato. 

Mato em vida pessoas que não me agregam em nada.

 Sem remorço, extirpo da minha existência falsos amigos. 

Degolo qualquer lembrança amena que possa fazer o meu coração, derretido de experiências ruins, voltar atrás. 

Enchi o saco de bancar a boa samaritana pregando a ilusória política da boa vizinhança.

 Não existe ser bacana com quem é sacana. 

Fere todo o seu lado honesto, interpretar uma empatia desmerecida. 

Como ouvi de uma grande amiga, acaba-se, em contrapartida, matando bons sentimentos em legítima defesa. 

Não pretendo continuar levando sensações diversas ao suicídio coletivo. 

Desisto! 

Quero definitivamente me afastar de pessoas complicadas, ilegítimas, mal resolvidas com si mesmo e com os outros.

 Indivíduos que te chamam pelos apelidos mais carinhosos, desfecham o sorriso mais escancarado, mas só te querem mal. Ou, ao menos, não te desejam o bem. 

Bang-Bang! 

Atiro com meu fuzil emocional na cabeça oca desses sonsos, sem errar o alvo, no melhor estilo la femme Nikita. 

Seria possível assim, tais dissimulados adquirirem algum tipo de bom senso ou o mínimo de juízo de valor? 

Óbvio que não! O som do tiro não se propaga nas suas mentes, formadas por vastos corredores embaralhados de vácuos imersos na mais profunda solidão, raiva, inveja e ressentimento. 

Não compreendem a menor indireta mais direta que se dê a eles. 

Não dão o braço a torcer ou baixam a guarda quando você - humildemente - resolve dar uma segunda, terceira chance ao melhor convívio mais próximo possível. 

Cansei! 

Cheguei à conclusão que tratam-se mesmo de sociopatas, que certamente nasceram desprovidos daquela região cerebral mais importante de todas: da emoção. De onde se origina toda a sensibilidade necessária para se compreender o próximo. Já ouviu falar? 

Mas se não entendem nem a si mesmos? Como esperar que tenham o mínimo de transparência nas suas atitudes?

 Não sou santa, heroína, não trabalho para a ONU, nem sou uma figura pública, portanto, não estou nem aí para diplomacia. 

Olha a minha cara de boazinha... 

Guarde bem esse semblante, porque é só isso que terá de mim, daqui em diante: o olhar assassino de quem te matou em vida, sem qualquer ressentimento. 

Aqui dentro.

Woman Power



"Penso que mulheres são bobas em acharem que são iguais aos homens. 

Elas são muito mais superiores e sempre têm sido.

 Qualquer coisa que você dê a uma mulher, ela fará melhor. 

Se você der a ela esperma, ela te dará um bebê. 

Se você der a ela uma casa, ela te dará um lar. 

Se você der a ela alimentos, ela te dará uma refeição. 

Se você der a ela um sorriso, ela lhe dará o seu coração. 

Ela multiplica e amplia o que é dado a ela. 

Então, se você der a ela qualquer porcaria, fique preparado para receber uma tonelada de merda." 

(William Golding - escritor, dramaturgo e poeta inglês)


Photoshop Interior


Quando amadurecemos é que efetivamente aprendemos a nos amar. 

Por dentro, e, principalmente, por fora. Sim, isso mesmo que você acabou de ler: aprende-se a apreciar o exterior pelo que é. 

Não somos modelos perfeitos esculpidos por um artista perfeccionista qualquer. Somos assimétricos, temos espinhas, nariz grande, celulite ou varizes. Possuímos alguns quilinhos a mais ou de montão. 

Nem todo mundo foi predestinado a se tornar uma Angel da Victoria's Secret. Existem pessoas que insistem em somente publicar fotos profissionais carregadas de edição e photoshop. A que consta na presente publicação não é diferente da assertiva em questão. Mas se presta a um propósito digno que será revelado mais adiante. Vocês concordarão. 

Fato é que somos seres envaidecidos por natureza, sentimos necessidade de sermos constantemente aprovados com louvor, pelos olhos críticos de internautas por vezes, até, desconhecidos. 

Por que tamanha necessidade de autoafirmação perante terceiros? Pois nós mesmos não toleramos ser algo diferente de musas uber models. 

Mas, às vezes, somente às vezes, alguns, ao atingir a maturidade, baixam suas respectivas guardas, jogam fora as suas máscaras sociais, e finalmente resolvem estender uma bandeira branca para a própria autoestima. 

Antes tarde do que nunca realizam que essa guerra constante consigo mesmo, travada em conjunto com uma perpétua competição com quem nem sabe que está sendo desafiado, somada à exposição demasiada nas redes sociais, não serão recompensadas com troféus de ouro ou aplausos sinceros - apenas contribuirão para um desgaste emocional cada vez maior pois acredite: tal como alguém viciado em narcóticos, a autoestima baixa tem compulsão por atenção alheia, em excesso. 

É o caminho sem volta da vida vivida somente para os olhos dos outros: uma eterna fachada formada por tijolos de vento, sem estrutura alguma. Quando a única atenção que a autoestima realmente precisa, é de si mesmo. 

Só assim, para poder enxergar uma Angel dentro si para fora, refletida no espelho bem à sua frente, mesmo sem qualquer maquiagem: física ou digital.

Gigante


Sou uma gigante que consegue conquistar o que almejar. 

Vejam só, até a Lua! 

Pinço ela entre o dedo indicador e polegar observando, em êxtase, a sua beleza peculiar reluzir sobre os meus pensamentos. 

Que vivem no mundo da Lua à procura da realização constante do sonho mais ideal, sempre fora do normal, como numa tela surrealista de Caravaggio: um pensamento invade o outro se condensando e transformando-se em figuras tridimensionais cujos traços vão ganhando o formato pertinente em consonância com o comando do impulso mais nervoso, mais vívido. 

Eu vejo o que quero enxergar, crio o que quero vivenciar, nunca deixei de realizar nada que idealizei, pois sei que sou a exclusiva criadora do meu destino. 

Direto do mundo da Lua crio o meu próprio planeta Terra. 

Lá não existe tristeza, egoísmo, pobreza ou morte. 

Há apenas alegria, amor, prosperidade e empatia. 

Tudo que existe começa de dentro. 

E tenho o poder de criar o que há de melhor. 

Para mim e para você! 

Estaria vivendo em negação? 

Absolutamente não! 

Lembra que eu posso tudo? 

Até pegar a Lua? 

Eu, ele, Lua de fases


Eu, ele, e a lua brilhando in-between.

 Você vira o meu mundo de cabeça para baixo. 

Eu viro o seu de cabeça para cima. 

E vice-versa. 

A tagarela que com ela ninguém pode, o observador que voa como ninguém. 

Com os pés fincados no chão da razão, voa em direção à toda emoção entalada dentro de si.

 Um fala, outro se cala, somos diferentes de corações iguais. 

Como num baralho onde uma face encara a testa de um, e outra o queixo do outro, há o perfeito encaixe. 

A vida nos vira do lado avesso para demonstrar mais adiante o lado certo. 

Você, claro, que enxergo de qualquer lado, a direção mais certeira dentre todas as incertezas.

 Me guio, mesmo do lado contrário à razão, através dessa luz interior que existe entre a gente. 

E insiste em nos fazer enxergar sempre o que há de melhor em cada um. 

De qualquer ângulo.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Rock, Califa, Tomboy e Afins


Essa sou eu com 14 anos, numa praia californiana qualquer, vestida dos pés à cabeça de grunge, a rebeldia contida em pessoa.

Minha essência, estourada, fã incondicional de Rock, na época a preferência debandava para o punk, Pearl Jam na cabeça, Nirvana no coração.

Sacudia as madeixas com a cabeça jogada para frente tocando guitar air, me achando a própria Slash. As veias do meu pescoço pulsavam ao gritar com orgulho as letras de "Even Flow" e "Smells like teen spirit".

Me comportava na linha "tomboy" desprovida de qualquer tipo mimimi, direta e reta em matéria de atitude.

Era metida, muitas vezes insuportável, quando queria provar o meu ponto. Cheia de opinião.

A dona da razão, o centro do mundo. Sai do caminho que passo por cima sem dó! Sem piedade. Aliás, o que é isso?

Assim eu era, a menina-má que não levava desaforo para casa.

Nunca sofri bullying pois se alguém se atrevesse a me incomodar, levava na cara.

Áries, não sou à toa, nasci logo no primeiro dia de sua vigência, 21 de março, mais autêntica, impossível.

Mais teimosa? Não existe!

Mais destemida? Duvido que há.

Que ame mais? Ainda há de existir.

Essa sou eu, com defeitos e qualidades à flor da pele, alguns maximizados com o passar do tempo, outros tolhidos.

Muita coisa pode ter mudado desde os meus 14 anos, mas algo nunca irá deixar de existir em mim: a essência pura do Rock. #euarenata #diamundialdorock #rockandrollday

sábado, 6 de agosto de 2016

Nem mais, nem menos pudim


Quem me conhece sabe que adoro me aventurar em receitas práticas, principalmente, de doces.

A maioria dos que preparo são provenientes de perfis "fits" e/ou "funcionais" das redes sociais. Mas quando testemunho receitas aparentemente facílimas de fazer, como o caso do pudim de caneca acima - que peguei do site "FikaDika" - simplesmente não resisto!

Tenho que experimentar!

Não, não se trata de uma receita light ou diet.

Não, não estou de TPM.

Nem grávida.

Não, não esperei para degusta-lo no final de semana, ou seja, naquele lapso temporal agraciado por uma espécie de imunidade concedida com bons olhos pela sociedade, a favor desse tipo de libertinagem gastronômica, desde que tal crime seja cometido na janela compreendida entre sexta (à noite) a domingo. E contanto que o crime seja único - nunca reincidente.

Se consigo me controlar? Aleluia! Sou canonizado e viro imediatamente o santo do "foco" (na dieta, na malhação etc.).

Porém, não se preocupe irmão: caso tenha tido a ousadia de transgredir tal regra tácita de conduta, ainda existe um salvo-conduto: basta marcar a maçã, fruto do pecado cometido, com determinadas hashtags atenuantes do crime em questão, quais sejam: #gordice #pornfood #engordandoem321...

Percebem? Já citei três dos setes pecados capitais: gula, luxúria, e algo próximo da preguiça? Aí as pessoas enxergam tal ato como uma "fraqueza momentânea" decorrente da natureza humana, atenuando-o. Mas não se esqueça de publicar no dia seguinte uma foto "comendo ferro" na academia, para ficar bem na FIT-a.

Mas é só um pudim!

E sigo essa filosofia à risca, sentando - a minha colher - no pudim engordativo, só observando com olhos intolerantes todo esse movimento descompensado de perda de calorias, a custo de qualquer perda, até da sanidade.

Falando sério agora: sim, devemos agir de maneira correta e adotar hábitos saudáveis, mas nunca ao ponto de nos tornarmos chatos e repetitivos.

Equilíbrio é tudo.

E você, melhor do que qualquer perfil de rede social, sabe qual é o seu ponto de equilíbrio ideal.

Quer moleza? Senta no pudim!

E não inveje quem o faça. A cobiça - também - é um pecado. #euarenata