quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Rock, Califa, Tomboy e Afins


Essa sou eu com 14 anos, numa praia californiana qualquer, vestida dos pés à cabeça de grunge, a rebeldia contida em pessoa.

Minha essência, estourada, fã incondicional de Rock, na época a preferência debandava para o punk, Pearl Jam na cabeça, Nirvana no coração.

Sacudia as madeixas com a cabeça jogada para frente tocando guitar air, me achando a própria Slash. As veias do meu pescoço pulsavam ao gritar com orgulho as letras de "Even Flow" e "Smells like teen spirit".

Me comportava na linha "tomboy" desprovida de qualquer tipo mimimi, direta e reta em matéria de atitude.

Era metida, muitas vezes insuportável, quando queria provar o meu ponto. Cheia de opinião.

A dona da razão, o centro do mundo. Sai do caminho que passo por cima sem dó! Sem piedade. Aliás, o que é isso?

Assim eu era, a menina-má que não levava desaforo para casa.

Nunca sofri bullying pois se alguém se atrevesse a me incomodar, levava na cara.

Áries, não sou à toa, nasci logo no primeiro dia de sua vigência, 21 de março, mais autêntica, impossível.

Mais teimosa? Não existe!

Mais destemida? Duvido que há.

Que ame mais? Ainda há de existir.

Essa sou eu, com defeitos e qualidades à flor da pele, alguns maximizados com o passar do tempo, outros tolhidos.

Muita coisa pode ter mudado desde os meus 14 anos, mas algo nunca irá deixar de existir em mim: a essência pura do Rock. #euarenata #diamundialdorock #rockandrollday

sábado, 6 de agosto de 2016

Nem mais, nem menos pudim


Quem me conhece sabe que adoro me aventurar em receitas práticas, principalmente, de doces.

A maioria dos que preparo são provenientes de perfis "fits" e/ou "funcionais" das redes sociais. Mas quando testemunho receitas aparentemente facílimas de fazer, como o caso do pudim de caneca acima - que peguei do site "FikaDika" - simplesmente não resisto!

Tenho que experimentar!

Não, não se trata de uma receita light ou diet.

Não, não estou de TPM.

Nem grávida.

Não, não esperei para degusta-lo no final de semana, ou seja, naquele lapso temporal agraciado por uma espécie de imunidade concedida com bons olhos pela sociedade, a favor desse tipo de libertinagem gastronômica, desde que tal crime seja cometido na janela compreendida entre sexta (à noite) a domingo. E contanto que o crime seja único - nunca reincidente.

Se consigo me controlar? Aleluia! Sou canonizado e viro imediatamente o santo do "foco" (na dieta, na malhação etc.).

Porém, não se preocupe irmão: caso tenha tido a ousadia de transgredir tal regra tácita de conduta, ainda existe um salvo-conduto: basta marcar a maçã, fruto do pecado cometido, com determinadas hashtags atenuantes do crime em questão, quais sejam: #gordice #pornfood #engordandoem321...

Percebem? Já citei três dos setes pecados capitais: gula, luxúria, e algo próximo da preguiça? Aí as pessoas enxergam tal ato como uma "fraqueza momentânea" decorrente da natureza humana, atenuando-o. Mas não se esqueça de publicar no dia seguinte uma foto "comendo ferro" na academia, para ficar bem na FIT-a.

Mas é só um pudim!

E sigo essa filosofia à risca, sentando - a minha colher - no pudim engordativo, só observando com olhos intolerantes todo esse movimento descompensado de perda de calorias, a custo de qualquer perda, até da sanidade.

Falando sério agora: sim, devemos agir de maneira correta e adotar hábitos saudáveis, mas nunca ao ponto de nos tornarmos chatos e repetitivos.

Equilíbrio é tudo.

E você, melhor do que qualquer perfil de rede social, sabe qual é o seu ponto de equilíbrio ideal.

Quer moleza? Senta no pudim!

E não inveje quem o faça. A cobiça - também - é um pecado. #euarenata

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Sobre o Deus verdadeiro...


Já tiveram o privilégio de assistir o longa-metragem belga "O Novíssimo Testamento"?

Uma comédia cujo roteiro é tão ousado, tão original, que prende a sua atenção, sem o mínimo de esforço, do início ao fim?

Uma estória que representa um belo tapa com luva de pelica - abordada de uma maneira absolutamente sarcástica e cômica - na cara de todos que acreditam piamente ser Deus o culpado de todos os males.

Porque o homem sozinho não pode assumir a culpa pelas suas próprias escolhas e derrotas, né?

Enfim, deboches à parte, o filme gira em torno de um conto surreal no qual Deus, o tirano em pessoa, estaria vivo, morando num apartamento módico em Bruxelas, com sua mulher - uma deusa submissa de aparência caricatural, que não contraria em nada o marido, por simplesmente "temer a ira Deus" - e com a sua filha - isso mesmo, a irmã de "JC", apelido descolado dado a Jesus Cristo - que ao testemunhar todas as atrocidades praticadas por Deus contra os homens, executadas com maestria através do seu próprio computador, resolve, após levar uma surra do pai por te-lo desobedecido, fugir de casa.

Porém, antes, entende que deve acabar com a "credibilidade" de Deus perante os homens. Então ela invade o tal computador, no momento em que encontra Deus apagado, embriagado no sofá, e envia, num simples apertar de botão, as datas de mortes de toda a população para todo mundo.

É quando o filme atinge o seu ápice: imagine o semblante das pessoas recebendo instantaneamente tal informação, tão estarrecedora, via torpedo?

É com base nesse episódio que a narrativa se desenrola, qual seja: se Deus não tem mais "controle" sobre sua vida, já que você sabe exatamente a data da sua morte, por que continuar se amparando nele?

Deus ficou irado com a "traquinagem" da filha. E então sai em busca dela jurando vingança.

Sobre o resto do filme? Assistam.

Mas a respeito da pergunta que não quer calar: o que você faria se descobrisse que iria morrer em questão de meses, ou poucos anos?

Mudaria o seu estilo de vida, ou continuaria exatamente assim? #euarenata #onovissimotestamento #melhorfilmedetodos #oscardefilmeestrangeiro2016

terça-feira, 12 de julho de 2016

Sinta-se mal, para poder se sentir bem


Psiuuu... Sim, você mesmo! Com essa carinha aflita.

Deprimida.

Pra baixo.

Com o humor contaminado pelo que há de mais lastimável na humanidade.

De verdade, não fique assim.

Melhor, fique assim sim.

Sinta-se no fundo do poço. Inútil.

Traído.

O ser mais desprezível de todos.

O mais desconcertado.

Isolado.

Chore suas mágoas.

Exploda com toda a sua frustração.

Sem moderação, coloque toda a sua melancolia em ação.

Se mire no espelho, observando as lágrimas caírem, uma a uma, com a cara inchada, o nariz vermelho; sem paradeiro!

De preferência, com uma música bem deprê ao fundo, visando enaltecer todo esse drama.

Sim, sinta-se sem esperança, sem norte.

No corredor da morte.

Vivencie tudo de ruim que uma alma possa suportar.

Grite ao acaso, se necessário.

Agora pare um pouquinho.

Reflita.

Respire fundo.

Pense de forma inversamente proporcional com relação a todo tipo de emoção descompensada despejada, sem cerimônia, sobre sua aparente aflição.

Pois só se pode saber o que é bom, quando se tem certeza do que é o mau.

Sinta-se mal. Para saber o que é se sentir bem.

E poder valorizá-lo - sempre - também. #euarenata

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Faca na Bandeira


Luto: sentimento de tristeza profunda pela morte de alguém.

Pela morte da gente.

De uma nação inteira de trabalhadores representada por políticos de partidos partidos ao meio, que nos deixam de coração partido.

Pela corrupção que se assola, pelos crimes cometidos diariamente na nossa cola, pela falência múltipla de todos os órgãos públicos do nosso País.

Direitos humanos que se aplicam somente a bandidos. Não deveriam se aplicar a todos considerados "humanos"?

Médicos que são assassinados em latrocínios; criminosos que são "resgatados" de hospitais, deixando para trás mais um rastro de feridos, pelo caminho do caos.

Servidores que servem o Estado - de graça, pois não há dinheiro para pagá-los.

Mas o salário dos vereadores, deputados, senadores, presidentes e bolsas família só aumenta.

O desemprego também.

E os impostos, taxas, multas, propinas continuam exorbitantes.

A saúde diminui.

O transporte inexiste: constroem linhas de metrô com orçamentos inflacionados que ligam o nada a lugar algum.

O trânsito piora, não vejo esperança em qualquer tipo de melhora.

Pista de bicicleta desaba.

A segurança também.

O Rio de Janeiro que continua lindo é aquele retratado em filmes exibidos em festivais de Cannes para inglês ver. O Rio da Zona Sul.

Já morei na princesinha do mar e onde a olha que coisa mais linda mais cheia de graça desfilava aos olhos de Vinícius e Jobim.

Já fui assaltada, já me esquivei de tiroteio e já vi gente morrendo bem na minha frente. Lá mesmo, na Zona - de guerra - Sul.

Esse tipo de violência não é divulgada.

Gente deslumbrada.

Somos um ponto no nada.

Nossa vida não vale nada!

Cadê os homens fardados de preto, imponentes, que metem a faca na caveira?

Aqui só se mete a faca na bandeira!

Estupradores que continuam ostentando os seus pintos em riste, crianças abandonadas, iletradas, que morrem, que se matam, que matam, políticos que continuam nos roubando.

Na nossa cara, sem qualquer vergonha na cara.

Olho para a esquerda, vejo gente de direita brigando; viro para a direita, escuto gente de esquerda xingando.

Se sou a favor de algum lado?

Te digo: voto viver num País desenvolvido.

Quem se candidata a atingir tal feito? #euarenata #brasil #luto

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Amor na sacola


O que para muitos deve ser um desafio desagradável, tenho a presunção de afirmar que para mim é um prazer enorme: confeccionar apetrechos artísticos incumbidos aos pais, pela creche do meu filho. A bola da vez era desenvolver uma sacola temática para ser utilizada como "coletora de prendas" pelos pequenos, na correspondente festa junina. Tive o maior cuidado em pesquisar referências no oráculo Google e colocar as asas da criatividade para voarem longe, assim que me encontrei embevecida de inspirações mil. Fiquei imaginando a felicidade do meu filho em carregar pelos cantinhos lúdicos da creche a sacolinha em questão, ostentando o seu simpático semblante. Algo que, a princípio, possa parecer tão insignificante, garanto: não é. Crianças se sentem seguras e orgulhosas em serem prestigiadas, principalmente, pelos seus pais. Veja bem: prestigiadas, enaltecidas, amadas. Nunca mimadas! Há uma grande diferença entre fazer tudo por amor, e deixar o filho fazer tudo que quiser - achando que isso é amor. Amar é resguardar, acalentar e, claro, educar - a parte mais difícil, mais assustadora, mas tão essencial quanto respirar. Não existe nada pior do que uma criança mal educada, sem limites. Acaba se tornando um adulto inseguro por não saber a diferença entre o certo e o errado. Ou, talvez, se tornar desprovido do mínimo de sensibilidade por não ter noção do real significado de bom senso. Que é aprendido através do exemplo empregado a cada instante do dia pelos pais. Um trabalho árduo! Mas quem mandou ter filho? Esperava-se que fosse criado sozinho? Ao relento? Fazendo malabarismo com bolinhas de tênis no sinal de trânsito? Temos a obrigação moral de diariamente: demonstrar aos nossos filhos que sempre estaremos presentes, que eles são sim o nosso maior presente. Que sempre poderão contar conosco, que sempre sentiremos orgulho dos seus feitos, e, que, claro, sabemos que eles não estão livres de defeitos, mas, que, ainda assim, os amaremos de qualquer jeito, porque jeito de amar não existe, o que faz a diferença no adulto de amanhã é o sentimento exteriorizado hoje: em palavras, atitudes e sacolas de festa junina. #eurenata

domingo, 3 de julho de 2016

Ira contida


Pessoas andam com muita raiva contida em si mesmos. 

Sentem o prazer mórbido de comentar, se meter, fofocar, gorar, invejar, xingar, matar, nem que seja em pensamento, a respeito, na, sobre, a vida dos outros. 

Nesse exato momento estou comentando sobre terceiros aleatórios que possuem esse tipo de comportamento, apenas para reforçar a tese de que sempre temos que falar dos outros, em qualquer ocasião. 

Porque é mais fácil do que falarmos de nós mesmos. 

Requer um exercício de autoconhecimento profundo onde não serão somente colocadas em evidência as nossas qualidades. Defeitos, muitos defeitos, brotarão em conjunto, das  entranhas mais sombrias e inóspitas, também. 

Mas pessoas que falam mal de outras, são perfeitas, imagino. 

Como se o fato de serem "perfeitas", lhe dessem esse direito. Ou não têm absolutamente nada, mas nadica de nada, que seja minimamente interessante, para fazer, falar, gostar, se ocupar, sobre, a respeito, com a suas próprias vidas. 

Pois se assim fosse, por que iriam perder um tempo tão valioso da sua existência - declaradamente nada interessante - para se importar com a profissão exercida por ciclano, ou com a namorada tatuada de fulano? Ou com a sexualidade de beltrano? 

Por isso, por mais que você se esforce para se enquadrar num padrão de conduta considerado como "razoável" pela sociedade, tenho notícias para você, meu caro: menos você será aceito. 

Porque se o "foco da fofoca", ele mesmo não se aceita, não se garante, não se encara, por que os fofoqueiros de plantão, sem coração, sem razão, sem noção,  iriam ter a decência de respeita-lo? 

Já não o fazem com quem tem tudo isso e muito mais, vide Cristo; que nem ele, no alto da sua santidade, conseguiu agradar a todos. 

Por que você acredita que atingiria tal feito? 

Portanto, nunca tente agradar os outros se tal ato consequentemente irá desagradar a si mesmo. 

Pessoas desagradáveis, de mal com a sua respectiva vida e com a de todos, sempre existirão. 

O que não se pode pregar é um comportamento desagradável de você com você mesmo. 

Sob pena de se tornar uma pessoa desagradável tal como e com todos esses outros que tanto falam de todo mundo #euarenata