terça-feira, 28 de junho de 2016

Do alto do seu confortável pedestal...


Olá você aí de cima do seu pedestal.

O que te mantém nele?

Arrogância?

Medo?

Exibicionismo?

Ou a sua luz própria?

O que te faz descer dele?

Humildade?

Reverência?

Amor?

Ou tristeza?

Qual é a sua história?

Se abra!

Saia do seu pedestal.

Pois santo você não é.

Santo fica no céu, bem acima do seu suporte imaginário, onde só você mesmo se suporta.

Você é do tipo que só cria problema?

Enfrenta problema?

Ou supera?

Ataca como um tubarão?

Ou se entoca como um furão?

Por que você só olha os outros de cima?

Acha que isso te ajuda a dar a volta por cima?

Que sina!

Mais sem razão.

Que vai te levar para outra direção, daqueles que não possuem coração.

Não pedem perdão.

Estão acima de qualquer suspeita.

Porque encarar os outros de frente desperta a suspeita de ter que encarar a si mesmo.

De baixo para cima.

Fora da magnitude forjada pelo seu fictício pedestal #eurenata

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Pedras e paralelepípedos


Somos todos tijolos, pedras, paralelepípedos, alocados um ao lado do outro nessa estrada longa, nem sempre serena, que é a vida. Somos iguais.

Respiramos, andamos, sonhamos. Cada qual com o seu tipo de objetivo, de acordo com o tamanho da sua ambição, não importa. Somos todos iguais.

Sentimos o mesmo tipo de felicidade, de tristeza, de dor. Sabemos exatamente como é assimilar, nos deparar com todo tipo de sensação, intrínseca e alheia. Pois somos todos iguais.

Sabemos como é se sentir negligenciado, discriminado, sabotado, indesejado.

Então por que semeamos tanta negatividade? Por que há tanta crueldade no mundo? Tanto desrespeito? Por que se interessar tanto no que o outro faz, deseja, almeja, de forma tão improdutiva?

A fé nunca poderia ser utilizada como embasamento para a prática do mal. Muito menos dessa forma desenfreada, por motivos tão torpes, tão sem sentido. Tão sem sentimento.

Como pregar o bem para quem simplesmente não se importa com nada além dos seus princípios distorcidos? Nada comprometidos com a integridade da humanidade?

Só posso pensar que nessa estrada onde todos somos iguais, sempre haverá alguém que será a pedra no caminho ao invés de ser mais uma pedra do caminho. Como deveria ser.

Onde todos, absolutamente todos, somos iguais. #euarenata #lutopororlando #somostodosiguais

terça-feira, 21 de junho de 2016

Vida de filme


Filmes possuem algo que peças de teatro não têm: a visão do personagem capturada de dentro para fora.

Como se estivéssemos usando binóculos conectados diretamente à alma, somos capazes de incorporar qualquer cena em consonância com o ritmo que a trama se desenvolve, geralmente mais pausada que uma interpretação no palco.

Podemos respirar na velocidade do protagonista, passear pelo jardim mais bucólico nos pés do coadjuvante, amar na intensidade da sua acompanhante, ou viajar nas asas de um pássaro figurante.

Filmes nos transportam para uma realidade não tão distante da nossa própria realidade, claro, com a desculpa de poder empregar hora ou outra a tão surreal "licença poética", conceito este onde se enquadra tudo que, a princípio, seria considerado irreal se comparado ao que efetivamente acontece na prática.

Nos filmes tudo pode, com a vantagem de quase sempre tudo terminar bem, para a maioria do elenco. Digo "quase sempre", pois nem sempre é possível interpretar a mensagem final de um filme, de forma uníssona.

Em muitos casos termina de um jeito que só nos resta digerir vagarosamente as nossas conturbadas suposições imersas num clima absolutamente inquisitivo, no estilo "hein?!", concedendo espaço para a nossa mente conceber inúmeras indagações do tipo "É isso? Acabou?". "Mas já?".

E sim, meu caro, sinto-lhe informar que... Acabou. Como em algumas ocasiões na vida, existem filmes que não fazem sentido algum.

Mas os filmes terminam e a vida continua. Com ou sem sentido.

Cabe a você determinar o sentido que quer dar à sua própria vida. E com o benefício de não saber ao certo quando será o seu final.

Por isso não deixe o pouco ou muito tempo que lhe resta, simplesmente passar sem cor, sem direção, sem sentido. Pois corre-se o risco de deixar a sua vida totalmente sem sentindo, como no final de um filme mal acabado.

Faz sentido? #euarenata

domingo, 19 de junho de 2016

Uma luz no fim do tudo


Sempre há uma luz no fim do poço fundo e sombrio que muitas vezes nos encontramos enclausurados, afundados, petrificados.

A nossa mente nos confunde, direcionando o nosso olhar para os lados. Para baixo. Até para frente.

Mas como, dentro de um buraco negro, seremos capazes de ver o que está nos aguardando bem diante dos nossos olhos? Ainda não evoluímos o suficiente para enxergar na penumbra de forma 100% eficaz.

Por vezes até nos tornamos reféns dos nossos próprios pensamentos obscuros, chegando, inclusive, a nos sentirmos como morcegos divagando pelo escuro. Nos debatendo de um extremo ao outro da caverna que nós mesmos nos aprisionamos.

Mas os morcegos se guiam por uma poderosa engenhoca: seu sonar interno. Arriscaria opinar que em termos humanos, seria algo comparado ao nosso sexto sentido.

Não temos a mínima ideia de onde ele fica localizado dentro da gente. Seria na parte racional do cérebro? Ou emocional? Seria dentro da alma? Ou do coração?

Em silêncio, podemos escutar a voz do sexto sentido ecoar no nosso interior, se chocando com os nossos mais profundos sentimentos. Aqueles que insistem em nos colocar para baixo. Nos forçando a olhar para o chão. Nos fazendo acreditar que não há mais solução.

Cansado de vê-lo sofrer de cegueira psicológica inconsciente, o sexto sentido resolve entrar em ação, colocando em prática a sua intrínseca sabedoria.

E revela, sussurrando para a sua consciência, o segredo mais notável de todos: "_Olhe para cima!". E então... Você finalmente vê a luz. #euarenata

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Dia, Mês, Ano dos Namorados


Declaro sim publicamente o meu amor por você. Porque nunca deixei de afirmar intimamente o quanto te amo.

Exibo sim, o nosso amor. Que nunca tive a audácia de fantasiar que é perfeito, mas, sem dúvida alguma, é único.

Somos desajeitados que se ajustam da melhor forma às mudanças de comportamento e temperamento, desmoldados com o passar do tempo.

O erro mais fatal para um casal é do homem achar que a mulher nunca irá mudar e da mulher acreditar que o homem irá.

Ainda bem que sempre descartamos a possibilidade de cultivar esse tipo de bordão, já que nós mesmos somos consortes totalmente fora do padrão.

Berramos um com outro, mas nunca nos desrespeitamos.

Roupa suja se lava em casa no autêntico estilo OMO Multiação, jogando limpo, sendo transparente, lavando literalmente a alma depois de esfregar na cara do outro toda a sujeira impregnada, numa só tacada, direto e reto de acordo com o legítimo modus operandi do ariano: não temos nada a temer, nenhuma imperfeição a esconder, pois ela está à mostra para quem quiser aprender que em todo amor há dor, que se cura nada mais nada menos com o próprio amor.

Não somos fachada, somos o que somos aqui e ali. Originais, nunca cópia de ninguém.

E se a inveja - dos outros - mata, que seja para morrer infinitamente nos seus braços... De amor #eurenata #mesdosnamorados

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Animais racionais


Me deparei contigo no meio de uma estrada rústica australiana. Você, majestoso como o seu próprio nome prega, "King Parrot" ("Papagaio Rei"), me encarando com olhos afetuosos lá do alto de um esplendoroso eucalipto.

Acenei de volta, esticando cuidadosamente um dos braços com uma mão integralmente ocupada por sementes de girassol. Ah, a minha flor predileta. A flor da luz, a flor do calor. A flor do sol. Nada mais revigorante do que mergulhar fundo, correndo livremente, adentro de um campo amarelo de girassóis.

Então fixaste os seus olhinhos famintos na simples, porém, amistosa oferenda, e deslizaste de galho em galho, esquivando de cada uma das folhas do seu frondoso habitat, visando sem qualquer tipo de receio, ir ao meu tão esperado encontro. Um encontro entre estranhos; nunca nos vimos antes.

Mas humildimente confesso ter a impressão de termos nos conhecido de outras épocas. Diretamente do paraíso do Jardim do Éden.

Assim cuidadosamente subiste na minha mão e agiste como se tivesse em casa, apreciando cada um dos grãos selecionados para ti, majestade dos alados.

Não existe amor mais limpo do que a confiança conquistada entre uma criatura pura e um indivíduo desprovido de maldade.

Somos todos iguais, humanos e animais. #euarenata

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Maternidade de Verdade


Nem sempre a maternidade a deixará ha-ha-ha rindo à toa. 

Não por culpa da sua prole. Definitivamente não. Mas acredite, por culpa exclusiva sua, mãe.

Ninguém nos ensinou que atrelado a um papel materno, teríamos que adquirir o hábito de trabalhar vinte quatro horas ao dia, sete dias na semana, sem direito a folga, o dom mais desafiador de todos: a paciência. 

Algo que eu, particularmente, praticamente nasci sem. Talvez seja por isso, segundo a filosofia espírita, que eu esteja vivendo nesta vida. Para me aprimorar especialmente nesse sentido. E nada melhor do que ser mãe e ter todos os seus limites frequentemente testados. 

A culpa não é do meu filho de pedir as coisas de forma tão insistente até eu surtar. Por que eu deveria? Ele está demonstrando o seu lado persistente. O meu filho não é culpado se bagunça todos os brinquedos, brincando. Trata-se de uma virtude, ser explorador. Por que me irritar? E quando ele me pergunta três mil vezes sobre o mesmo assunto? É curioso. Por que berrar? 

Aliás, outro dia fui fortemente repreendida por ter urrado com ele por ter tirado a minha mínima paciência, por algo tão mínimo. E quem me chamou à razão foi ninguém menos do que o meu próprio filho, que ao me encarar com olhos marejados, balbuciou em tom de voz trêmulo: "_Não grita comigo mamãe." Ele não berrou, simplesmente encarecidamente pediu que eu parasse de fazer escândalo. 

Sim, me senti a pior espécie de ser vivo do universo. A mais descompensada de todas. Uma larva fétida talvez teria tido um comportamento mais amável. 

Como poderia conceber que uma criança tão pequena saberia reagir de uma forma escancaradamente mais nobre que uma mulher calejada como eu? 

A ficha caiu. Então a partir desse episódio jurei a ele, dando um abraço bem apertado em volta do seu corpinho frágil, que nunca mais iria gritar com ele. 

Educar uma criança não requer comoção, apenas atenção. E educação por parte dos pais somada a um mínimo de sensibilidade, então, o que mais o seu filho poderia desejar? Aprender contigo o mesmo exemplo de vida ensinado para mim, através da pureza de um menino de dois anos de idade: que nunca é demais agir cordialmente, em qualquer tipo de ambiente #euarenata