sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Anjos e Demônios

 
 
Não sou a pessoa mais inteligente de todas, nem a mais bonita, nem a mais rica. Não sou famosa, não sou a mais bem sucedida, nem a mais confiante. Não sou uma pessoa calma, nem quieta, nem tranquila. Não sou um anjo, mas também não sou um demônio. Carrego a bondade no coração mas a quantidade de maldade suficiente para me manter esperta. Sempre alerta. Desconfiada de tudo e de todos. Nunca acredito em boa intenção gratuita - de imediato. Sempre tenho que dissecar, ir fundo na raiz da ação em questão para tentar enxergar se realmente há algo de bom na sua origem. Então encaro com óculos de míope escutando através de um aparelho de surdez com defeito a amarga e doce sinfonia de eventos sucessivos da vida. Não sou a mais perfeita de todas as pessoas, mas certamente sou mais honesta que muitas. Tenho a consciência leve e translúcida como a gota d'água de uma cachoeira encantada. A saúde que muitos certamente desejariam ter e a fé que muitos já perderam: que sempre, tudo dará certo. É só ter paciência. Algo que é raro nos dias de hoje, e que se paga muito caro, quando não se tem.

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

O Peso de Renata

 
Em sintonia com o significado do meu nome, “re-nata”, que quer dizer “renascida” em Latim,
Renasço todo momento,
De mim, de tudo, de todos,
Mas para renascer, veja bem: tenho que morrer,
De tédio,
De tristeza,
De letargia,
Em agonia,
Para, quem sabe um dia,
Emergir das cinzas fétidas do túmulo que eu mesma me enterrei
Por raiva
Por remorso
Por insegurança
Por falta de esperança
Assim como uma Fênix, imponente, quente, da cor vermelha,
Renasço
Vívida e forte
Seguindo um novo norte
Com toda a esperança depositada sobre o mundo
E passo a representar o significado do meu nome, como ele me apresenta:
Renata, renascida
Sim um nome um tanto quanto comum, porém, com um peso enorme na sua essência,
Que me deixa muitas vezes sem referência,
Pois ao renascer, o melhor a fazer é esquecer: de tudo que não agrega a minha existência,
Que por tantas vezes encerrou um ciclo e me fez parar em outro lugar, longe de toda a cruel realidade, quem sabe em Marte,
No planeta regente do meu signo de Áries,
Que é fogo
Que queima por dentro e por fora
Sem hesitar
Até eu mesma me cremar
E me levantar, renascendo novamente,
Pois assim sou
Meu nome
Renascida
Até o resto da vida.

sábado, 21 de novembro de 2015

Intolerância = Ignorância


 
Intolerância rima com ignorância, não à toa. Na boa, ignorância não se resume à falta de conhecimento, mas à ausência de respeito pelo próximo, o princípio mais básico e primitivo de todos os mandamentos.
 
Ame ao outro como ama a si mesmo. Que os humanos sejam mais humanos na essência, e não somente na aparência. Que a bondade prevaleça acima da maldade. Maldade esta cultivada desde o berço pelo dito ser o ser mais inteligente de todos. Onde há ignorância, inexiste sapiência.
 
Racismo é egoísmo. Educação, forma toda uma nação. Livre de preconceito, com todo respeito. Do mundo para o mundo. 

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Andança mundana

 
Nada será o que sempre foi
Talvez nada foi o que se imaginava ser
Nem sempre se terá tudo de nada
Nem nada de tudo
Mudanças
Andanças que deixam para trás tudo de bom
Tudo de ruim
Depende da perspectiva do respectivo transeunte
Nômade ou inerte
Adaptar-se a uma novidade
Por pura vaidade? Leviandade? Falta de Personalidade?
Não importa.
Camaleão de comportamentos e pensamentos nada convencionais
Agir de acordo com o conveniente
Você mente?
Demente
Transforme a sua mente
Vai para frente
Invente outro rumo
Acabe definitivamente com o seu terror noturno
Ou diurno
Ataque de ansiedade desgovernado
Que te deixa transtornado
Sentimento macabro
Você se sente atolado
Na sua própria imaginação
Cheia de imperfeição
Ainda assim, seja grande
Maior que você mesmo
Até conseguir transcender o seu corpo
E trocar por outro
Mais coerente
Decente
Valente
Inteligente
Evoluído
Incorporar alguém que realmente te dê ouvido                                               Que faça tudo fazer sentido 
Para você nunca mais se sentir sumido
Nem de você mesmo
Nem do mundo
Vasto mundo
Varrido do mundo
Para fora do tapete da vergonha
Como uma poeira enrustida e impregnada
Nunca mais ser nada
Nem copiado
Nem remendado
Nem isolado
Ser tudo – de bom - ou nada.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Dark Poetry


 
Sometimes you just wish to disappear
From the existence of your wisdom
From your own being
I don’t mean to kill yourself
But to indulge yourself with another existence
Live another life
Just for one moment
Just until the moment you start to miss your own human being
Just one second
One day
Vanish from the air
Feel homesick for a place that never existed
Just inside your sick, insane mind
Mindset full of ghosts
Hunting your desires with nonsense
Urging you to reappear
To use your hateful but useful poker face
So that you could never be yourself
Until you run away again
And again
From yourself

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Chove chuva


          (Foto: Daydream Fotografia)
 
Mesmo onde há chuva, há energia... Mesmo na escuridão, sempre existe luz. 
 
Onde há morte, sempre terá vida. Onde tudo termina, sempre haverá um novo começo.
 
 Nada é finito, nenhum cenário é fixo, só o tempo não muda, pois ele nunca para.
 
Mas nunca, nenhum instante, momento, emoção será igual ao anterior.
 
Como gotas de chuva incandescentes, cada qual com o seu próprio peso, tamanho, formato, todos temos algo em comum: ninguém sairá ileso da chuva.
 
Tudo é a forma que a encaramos. Muito melhor sentir o toque acolhedor da chuva do que encarar por trás de uma janela minúscula, na penumbra, o sol. 

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Era uma vez...

         


Toda mulher tem uma princesa dentro de si. Nomeie: Cinderela, Rapunzel, ou, até a gata borralheira da Julia Roberts, em uma "Linda Mulher".
 
Toda menina quer um dia, quem sabe, encontrar o seu respectivo príncipe encantado.
 
Sonha que a sua vida seja um eterno conto hollywoodiano onde o final seja sempre feliz.
 
Um filme repleto de drama, pode ser, mas onde o amor irremediavelmente consegue superar qualquer lágrima derramada ou tristeza carregada intimamente na alma da romântica incurável.
 
Para o príncipe aparecer de fato, é preciso navegar uma considerável distância pelo brejo dos sapos, que nem sempre são seres tão simpáticos como o Caco do seriado Muppets.
 
Mas, veja bem, ao encontrar o tão almejado príncipe, desencante-se: você certamente não irá se deparar com o Super-homem em pessoa. Até o Clark Kent usava óculos, sem mencionar, o quão era atrapalhado.
 
É preciso usar os seus super poderes de  Mulher Maravilha para poder realizar a maravilha que é querer ficar, permanecer com alguém, além da armadura do pretendido, ou já conhecido, herói.
 
É necessário lançar aquela visão de raio-x dentro do Fera, para poder realmente se sentir a sua respectiva Bela. Felizes para sempre.
 
E nada mais eficiente do que o óculos do amor para ajudar a encontrar o seu príncipe no fim de um radiante arco-íris do acaso. Pois na mesma proporção em que o amor cega, o faz enxergar um mundo mais colorido. Ver o extraordinário no que é comum.
 
O amor verdadeiro é trapaceiro; te rouba o coração sem te pedir perdão. Leva-se subitamente uma flechada do cupido do destino, tão intensa e sorrateira, capaz de reviver até o mais dilacerado, internado em estado terminal, sofrido coração.  Basta acreditar que contos de fadas existem. "O nosso amor a gente inventa", já dizia o poeta Cazuza.
 
Crer para ver: o amor acontecer. Não deixe a bruxa malvada da decepção passada envenenar a maçã do amor presente. O amor é inocente, simplesmente se sente.
 
Não se deixe abalar com o papo furado do sapo, que acabou virando um príncipe chato. Quando o amor é autêntico há persistência. Pois se houver desistência, nunca foi amor. E nem o príncipe mais bravo poderá salvar a princesa dessa fábula, se a própria princesa não acreditar que o príncipe seja capaz de tal feito.
 
Portanto, o amor não só pode ser inventado, como deve ser reinventado, para o feliz poder ser escrito no plural, para sempre. De preferência, antes da meia-noite, para a Cinderela não virar abóbora. Fim.